O que a alta da taxa Selic tem a ver com o seu bolso? Entenda
Copom aumentou pela sexta vez consecutiva a taxa Selic, taxa de juros básica da economia, que passou de 6,25% para 7,75% ao ano
O que é que eu faço Sophia|Sophia Camargo, do R7 e Sophia Camargo
O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou pela sexta vez consecutiva a taxa Selic, taxa de juros básica da economia, que passou de 6,25% para 7,75% ao ano.
A forte elevação da taxa foi feita para tentar controlar a inflação, que tem subido a despeito das cinco altas decididas nas reuniões anteriores do Copom.
Leia também: Prévia da inflação é a maior para outubro desde 1995, aponta IBGE
Como a taxa Selic é o parâmetro para todas as demais taxas de juros do país, quando ela sobe faz com que automaticamente as demais taxas cobradas em empréstimos também subam. Isso acontece porque os bancos vão ter de pagar mais para pegar dinheiro emprestado e, por consequência, também vão cobrar mais de quem pedir empréstimo.
Com a taxa de juros mais alta, quem tem dinheiro guardado na renda fixa conseguirá uma remuneração melhor pelo dinheiro.
Leia também
Como a inflação tem subido muito, o Banco Central está num processo de aumento dessa taxa básica de juros.
Entenda como a taxa Selic influencia sua vida:
O que acontece na economia quando a Selic cai
O que acontece na economia quando a Selic sobe
No crédito:
Quando a taxa Selic sobe, a tendência é que os juros cobrados pelos bancos para emprestar dinheiro a consumidor e empresas também aumentem, o que faz com que diminua a oferta de crédito.
Nas aplicações financeiras:
O rendimento das aplicações de renda fixa, como poupança, Tesouro Selic, LCI, CDB e fundos de renda fixa, também aumenta. Ou seja, o investidor ganha mais dinheiro para cada real que colocar nessas aplicações.
Como fica mais "fácil" ganhar dinheiro investindo em renda fixa, os investidores não precisam correr muito risco para ver seu capital crescer, e, com isso, podem ficar desestimulados os investimentos na economia real com as empresas, seja na criação delas, seja no investimento em ações de empresas que estão listadas na Bolsa de Valores.
No consumo:
Como o custo do dinheiro fica mais caro, a tendência é que as pessoas gastem menos em compras e serviços.
Na inflação:
Se o consumo diminui, isso pode ajudar a conter a inflação, já que as pessoas estão gastando menos.
Crédito:
Quando a taxa Selic cai, a tendência é que os juros cobrados pelos bancos para emprestar dinheiro ao consumidor e empresas fique menor, o que faz com que pessoas e empresas busquem mais crédito para consumir e também para investir em máquinas, equipamentos e crescimento das empresas.
Aplicações:
O rendimento das aplicações de renda fixa fica menor, e o investidor passa a ter de tomar mais risco para remunerar mais seu capital. Com isso, pode acontecer uma procura maior por ações na Bolsa e também por investimentos mais arrojados como fundos imobiliários e fundos multimercados, além de investimentos de renda fixa que tenham mais risco, como debêntures. Alguns também podem querer abrir seus próprios empreendimentos.
Consumo:
Como fica mais barato pegar dinheiro emprestado e a rentabilidade dos investimentos é menor, há uma tendência a aumentar o consumo.
Inflação:
Se o consumo aumentar demais, pode fazer com que a inflação também suba.
Fontes: Banco Central, Carlos Castro, diretor da Planejar e sócio da consultoria SuperRico e Caio Henrique Alberconi, planejador financeiro da consultoria Par Mais.
________________________
Se ainda tiver mais dúvidas sobre economia, dinheiro, direitos e tudo o mais que mexe com o seu bolso, envie suas perguntas para “O que é que eu faço, Sophia?” pelo e-mail sophiacamargo@r7.com
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.