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O que é que eu faço Sophia

Onde investir com Selic a 2%? Veja duas estratégias para ganhar mais 

Comitê de Política Monetária reduziu a taxa pela nona vez consecutiva; veja onde investir para ter mais rentabilidade nas aplicações

O que é que eu faço Sophia|Do R7 e Sophia Camargo

Com Selic em 2% ao ano, poupança rende 1,40% no ano
Com Selic em 2% ao ano, poupança rende 1,40% no ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou, nesta quarta-feira (5), pela nona vez consecutiva, a taxa de juros básica de economia, a Selic, que agora está em 2% ao ano, o menor nível da história.

Com uma taxa de juros tão baixa, onde investir o dinheiro para ter alguma rentabilidade? Poupar já não vale mais a pena? Como fazer o dinheiro render para garantir a aposentadoria, comprar uma casa, um carro, viajar, enfim, para o futuro?

Com essa nova queda, a rentabilidade da poupança cai para 1,40% ao ano. Com a expectativa de o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o índice oficial de inflação do governo, terminar 2020 em 1,63% ao ano, segundo levantamento do Boletim Focus do Banco Central do último dia 31, a taxa real de rendimento da poupança fica negativa em 0,23%, informa o matemático financeiro e economista José Dutra Vieira Sobrinho.

O CDI, que baliza a rentabilidade dos investimentos de renda fixa como CDBs, por exemplo, vai a 1,94% ao ano.


O que é a taxa real%3F É a taxa descontada da inflação

(Professor Dutra)

Também é preciso ficar atento à rentabilidade quando descontado o Imposto de Renda. Algumas aplicações como poupança, LCI e LCA, por exemplo, não têm desconto de IR. Já investimentos em títulos do Tesouro Direto, CDBs, fundos, têm cobrança de IR regressiva (quanto mais tempo você deixa o dinheiro na aplicação, menos imposto é cobrado: começa em 22,5% e vai até 15%). A renda variável, como ações, tem outra tributação. Veja como fica a rentabilidade líquida das aplicações, segundo cálculos do professor Dutra.

Até julho de 2016, a taxa Selic estava em 14,25% ao ano, o que tornava fácil, fácil conseguir uma rentabilidade de 1% ao mês. Hoje isso não é mais possível. Por isso, a estratégia de investimentos deve mudar.


A renda fixa morreu?

Para Gabriela Mosmann, analista de investimentos da Suno Research, mesmo com a taxa de juros tão baixa não é possível dizer que a renda fixa morreu.

"Investimentos tradicionais como Tesouro Selic e poupança estão se tornando mais uma reserva de valor. O rendimento do Tesouro empata com a inflação, e o da poupança até perde dela. O dinheiro que estiver nessas aplicações é o de curto prazo, aquele que precisamos ter à mão para uma necessidade."


Esse montante deve ser, em média, de seis meses o valor das despesas. Gabriela diz que se sente mais segura tendo uma reserva de dez meses de sua despesa. "Cada um deve avaliar sua situação. Um funcionário público com estabilidade poderia ter uma reserva de quatro meses, já um autônomo precisa de um ano, pelo menos."

Leia mais:Veja como fazer sua reserva de emergência

Como a redução da Taxa Selic afeta seu dia a dia?

"Mas quando se trata de renda fixa, não são só esses investimentos que contam, há uma série deles que trazem boas oportunidades, como debêntures e títulos atrelados à inflação", afirma.

A agente autônoma de investimentos da corretora XP, Giane Coelho, concorda.

"A taxa de juros está baixa%2C então vamos tirar tudo de renda fixa%3F Não. Temos de aprender a conviver ela%2C usando estratégias para fazer o dinheiro render mais."

(Giane Coelho, agente autônoma de investimentos da corretora XP)

Duas estratégias para ter mais rentabilidade

Giane Coelho sugere duas estratégias para o investidor conseguir ganhar mais mesmo com a Selic baixa:

Estratégia 1: Investir por um prazo mais longo

Em vez de comprar títulos que tenham liquidez imediata (ou seja, que se transformem em dinheiro de um dia para o outro, caso dos títulos do Tesouro Selic, alguns tipos de CDB e fundos DI, por exemplo), invista em títulos públicos ou privados com prazo de vencimento mais longo.

Quando você deixa o dinheiro por mais tempo com o governo ou com o banco, ele precisa te remunerar mais. Essa é a lógica.

Claro que não vale aplicar em qualquer título que tenha prazo mais longo só porque vai render mais. É preciso avaliar para quem você está emprestando esse dinheiro, quais as garantias e também quando você irá precisar do dinheiro.

“As pessoas se assustam com prazo, mas o tempo passa muito rápido. Às vezes a pessoa não quer aplicar num título com prazo de dois anos e fica dez anos com o dinheiro parado na poupança”.

Estratégia 2: Diversifique os investimentos

Também é possível obter mais rentabilidade diversificando os investimentos.

Deixe uma parte em renda fixa e separe uma parcela dos investimentos para comprar ativos de renda variável, que por terem mais risco conseguem ter uma maior rentabilidade, como ações, fundos imobiliários ou fundos multimercados, por exemplo.

Na renda fixa, papéis com mais risco e sem proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) também são opções para diversificar. Exemplos desses papéis são debêntures e Certificados de Recebíveis.

“O mundo não é 8 ou 80. É possível reservar uma parte dos investimentos para segurança e outra para tentar obter rentabilidade”, diz.

Sugestões de como aplicar o dinheiro

A pedido da coluna, as especialistas Gabriela Mossman e Giane Coelho sugerem onde aplicar o dinheiro de acordo com o perfil do investidor: conservador (aceita pouco ou nenhum risco), moderado (aceita algum risco para ter mais rentabilidade) e agressivo/arrojado (aceita muito risco, inclusive perder parte do patrimônio, para ter mais rentabilidade):

Carteiras sugeridas pela Gabriela Mossman:

As carteiras sugeridas por Gabriela desconsideram a reserva de emergência, que deve estar separada. Essa reserva deve estar aplicada em investimentos que permitem transformar o papel em dinheiro vivo rapidamente, como o Tesouro Selic.

Conservador

50% em debêntures e títulos ligados à inflação, como Tesouro IPCA+

50% em fundos, principalmente multimercados. Pode dedicar uma parte pequena a fundos imobiliários e ações.

Moderado

30% em renda fixa atrelada à inflação, como Tesouro IPCA+

40% em fundos multimercado

30% fundos imobiliários e ações

Agressivo

10 a 20% em renda fixa atrelada à inflação, como Tesouro IPCA+

30% a 40% em fundos multimercados

50% em fundos imobiliários e ações

Carteira sugerida pela Giane Coelho:

As sugestões de Giane já incluem a reserva de emergência. A sigla RF significa Renda Fixa, e podem ser investimentos como títulos do Tesouro Direto, fundos de renda fixa, CDBs, por exemplo. A variedade de investimentos em renda fixa é bastante grande e cada uma tem um grau variável de risco.

Conservador

70% RF pós fixado

15% RF pré fixado

15% RF inflação

Moderado

30% RF pós fixado

15% RF pré fixado

15% RF inflação

30% Multimercado

10% Renda Variável

Arrojado

20% RF pós fixado

10% RF pré fixado

10% RF inflação

25% Multimercado

25% Renda Variável

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Tem alguma dúvida sobre economia, dinheiro, direitos e tudo mais que mexe com o seu bolso? Envie suas perguntas para “O que é que eu faço, Sophia?” pelo e-mail sophiacamargo@r7.com.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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