Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Refletindo Sobre a Notícia

Revelação de Sidney Sampaio sobre automedicação escancara problema de milhões de brasileiros

Ator disse à Record TV que se jogou da janela do 5° andar de um hotel em Copacabana (RJ) após ingerir remédio para dormir

Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Ana Carolina Cury e Ana Carolina Cury

O ator Sidney Sampaio, de 43 anos, deixou sua família, amigos e fãs preocupados após se jogar do  andar de um hotel em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Em entrevista ao Domingo Espetacular, na Record TV, no último domingo (13), o ator afirmou que fez uso de medicação para dormir porque estava se sentindo ansioso. "Minha irmã tem receita para medicamentos [para ansiedade] e acabou me dando um remédio que ela toma para dormir. Já passei por fases que eu não dormia, sempre relacionados a datas importantes", revelou.

Antes da queda, ele teria destruído o quarto do hotel, quebrado a janela do banheiro e o boiler. "Depois que eu estava no quarto, começou a ficar confuso. As informações começam a ficar confusas. Do que eu me recordo é de estar sentindo medo, me lembro de pedir ajuda, de estar muito assustado com coisas que não me recordo. Não me lembro exatamente o motivo pelo qual acabei me jogando", contou.

Sidney Sampaio falou sobre automedicação e contou detalhes de sua queda ao Domingo Espetacular
Sidney Sampaio falou sobre automedicação e contou detalhes de sua queda ao Domingo Espetacular

Ele se jogou de uma janela virada para os fundos do hotel. A queda até o 1° andar foi de aproximadamente 10 metros. "Não me lembro exatamente o motivo pelo qual eu acabei me jogando, mas acho que tem relação com algum tipo de pânico que eu estava sentindo naquele momento."

Perigos da automedicação


Além da medicação, Sidney ingeriu uma dose de vodca. "Estou com joelho fraturado, dedo fraturado, coluna fraturada, graças a Deus nada cirúrgico ou que me deixa sequelas. Considero que nasci de novo. Inúmeras probabilidades de isso ter dado outro desfecho", opinou.

Misturar remédios para dormir com álcool ou outras drogas sedativas representa um grande risco. "O álcool não apenas atrapalha a qualidade do sono, mas aumenta os efeitos sedativos dos comprimidos para dormir. Juntos, eles podem deixar a pessoa mais sonolenta, diminuir a respiração e batimentos cardíacos — e até levar a um estado de confusão mental, coma e morte", esclarece o médico psiquiatra Davi Vidigal.


Atualmente, acredita-se que 35% das pessoas que sofrem com insônia no Brasil tomam remédio para dormir sem prescrição médica adequada. "Ou seja, fazem uso inadequado de medicações sem saber os efeitos colaterais e os perigos do uso. Toda medicação, independentemente de qual seja sua função, tem o efeito esperado e o efeito colateral. Quando falamos de antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos é importante lembrar que são de controle especial e não devem ser ingeridos sem orientação médica", explica a também médica psiquiatra Roberta França.

Automedicação traz riscos sérios à saúde
Automedicação traz riscos sérios à saúde

O consumo indiscriminado e crescente de medicações chama atenção. "Farmácias estão se transformando em verdadeiros shopping centers. Você pega um carrinho e vai abastecendo com tudo aquilo que acredita que vai promover sua saúde. O Brasil caminha para ser o sexto maior consumidor de medicamentos do mundo até 2024. E o alto índice de automedicação da população brasileira tem forte relação com o mercado ocupado pela indústria farmacêutica, que não mede esforços através das ferramentas de marketing."


Cautela necessária

Com certeza a intenção de Sidney foi genuína: ele só queria descansar. Infelizmente, o efeito colateral rendeu um grande susto e também uma lição a todos nós. Em uma geração onde somos tentados a recorrer às medicações para tudo, desde uma simples dor de cabeça até para emagrecer, vale reforçar o cuidado.

"Não temos que demonizar a medicação e sim o uso da medicação sem a prescrição. Nem sempre um remédio que faz bem pra você vai fazer bem para o outro. É o que está acontecendo com o Ozempic, por exemplo. Em nenhum momento ele é indicado para perda de peso. Ele é uma insulina voltada para pacientes diabéticos que têm resistência insulínica e comorbidades, incluindo a obesidade. Mas as pessoas ouvem por aí que o Ozempic emagrece e querem consumir, independentemente dos possíveis efeitos colaterais de tomar uma insulina sem ser diabético", observa Roberta França.

Com tudo isso, será que vale a pena tomar remédios em busca de soluções rápidas sem investir em uma mudança de hábitos?

"As pessoas hoje em dia não dormem bem, não se alimentam bem e não fazem atividade física. Então, se não mudarem os hábitos, vão buscar cada vez mais remédios e, consequentemente, ficar cada vez mais doentes. É preciso entender que as emoções sempre vão acontecer, sendo elas positivas ou negativas. Não existem apenas dias bons. Vão existir dias bons, ruins e péssimos. O importante é saber como lidar com eles, desenvolver ferramentas emocionais duradouras. Tudo isso influencia para conquistar uma vida de resiliência e qualidade", conclui Roberta.

"Nasci de novo", desabafa Sidney Sampaio após queda do quinto andar de hotel

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.