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Com salário-mínimo de R$ 1.518 será preciso trabalhar um dia inteiro para comprar um quilo de café

Aumento de R$ 106 corresponde a um reajuste de 7,5%, nova regra limitou ganho real entre 0,6% e 2,5%

Todos os Blogs|Patricia LagesOpens in new window

Novo salário-mínimo não significa mais comida na mesa do brasileiro FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO - 16.02.2022

O salário-mínimo para 2025 foi fixado em R$ 1.518, o que representa um aumento de R$ 106. Considerando o novo valor bruto por hora, que corresponde a R$ 6,90, e os preços de alguns alimentos (pesquisados em 6 de janeiro, na cidade de São Paulo), veja o tempo de trabalho necessário para a compra de cada item.

  • 2 pacotes de biscoito água e sal (R$ 6,90) = 1 hora de trabalho
  • 2 quilos de feijão (R$ 13,80) = 2 horas  de trabalho
  • 100g de castanha de caju (R$ 19,99) e 100g de nozes (R$ 8,99), alimentos que compõem a nova cesta básica, totalizando R$ 28,98 = 4 horas de trabalho
  • 5 quilos de arroz (R$ 34,90) =  5 horas de trabalho
  • 2 cartelas com 20 ovos (R$ 39,98) = 6 horas de trabalho
  • 1kg de carne moída (R$ 39,90) = 6 horas de trabalho
  • 500ml de azeite (R$ 53,90) = 1 dia de trabalho
  • 2 pacotes de 500g de café torrado (R$ 55,98) = 1 dia de trabalho

Para adquirir os produtos acima será necessário trabalhar cerca de 40 horas ou uma semana inteira. Apesar de, oficialmente, o aumento estar acima da inflação oficial, a inflação real, principalmente sobre os alimentos, faz com que os mais pobres se vejam em uma situação financeira cada vez mais apertada.

Um dos principais caminhos para que mais dinheiro chegue ao bolso do trabalhador é desonerar o empresariado, que paga impostos altos sobre os salários e se vê obrigado a diminuir as remunerações para tentar fechar as contas. O peso dos ônus sobre os salários é dividido sobre os ombros de quem paga e de quem recebe, enquanto o Estado detém a maior fatia e não abre mão do que considera seu por direito.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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