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Nicole Kidman é o grande trunfo de ‘Babygirl’ e merece reconhecimento na temporada de premiações

Atriz ganhou prêmio no Festival de Veneza e é uma das favoritas ao Oscar

Todos os Blogs|Larissa Yafusso

Nicole Kidman tem atuação brilhante em 'Babygirl' Divulgação

O falatório que segue Babygirl desde a estreia no Festival de Veneza tem um motivo: Nicole Kidman e as cenas carregadas de sensualidade. O novo filme, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (9), é produzido pela A24, queridinha dos amantes da sétima arte, e vende-se como um thriller erótico, apesar de ter praticamente nada de thriller.

O longa da diretora holandesa Halina Reijin (de Morte, Morte, Morte) mostra a história de Romy (Kidman), uma CEO bem-sucedida de uma empresa de tecnologia, mãe de duas adolescentes, esposa de um marido carinhoso e próspero diretor de teatro. Ou seja, a imagem da família e vida perfeitas.

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Tudo isso é abalado com a chegada da nova leva de estagiários na empresa de Romy, mais especificamente de Samuel (Harris Dicknson). O que atrai Romy a Samuel não é necessariamente a beleza ou a juventude do rapaz, mas sim o poder de dominação que ele emana.

Isso é escancarado logo no primeiro encontro dos dois, antes mesmo dele ser apresentado formalmente como novo membro da equipe, quando o jovem consegue domar um cachorro feroz na rua, perto do escritório, deixando a CEO impressionada.


O filme já mostra claramente o desejo de Romy e esse jogo de poderes dá o tom da relação entre a poderosa chefona e o arrogante subordinado.

Aos olhos do mundo, a personagem de Kidman, uma das poucas mulheres que chegou ao topo do mundo dos negócios, é o exemplo de uma grande girl boss, mandando e desmandando em diversos colaboradores. Mas entre quatro paredes, ela só quer receber ordens do amante e se deixar levar pelos seus desejos mais profundos.


O longa é uma história sobre uma mulher arriscando tudo para satisfazer os seus desejos. Mas o filme tem muitas camadas, e uma delas, talvez a mais profunda, é a questão da autoaceitação de Romy.

Ela se envergonha de suas fantasias, tanto que não consegue compartilhá-las com o marido de quase 20 anos, e por isso, tem a sensação de insatisfação dentro do casamento. Muito porque a Romy esposa é uma mulher construída para agradar o companheiro, deixando de lado os seus desejos. A chegada de Samuel é o catalizador para que verdades venham à tona. Com ele, a verdadeira Romy acaba sendo exposta.


Babygirl não inova no roteiro, mas tenta dar uma nova roupagem a uma temática não tão nova usando uma estética e trilha sonora interessantes. Mas a grande carta na manga de Reijin é mesmo Nicole Kidman.

Em uma entrevista recente, a diretora afirmou que Babygirl seria uma resposta, sob uma ótica feminina, a De Olhos Bem Fechados, o último filme de Stanley Kubrick, lançado em 1999.

Impossível não serem feitas algumas comparações, já que temos filmes de mesmo gênero estrelados pela mesma atriz. E, em ambas as obras, temos uma Nicole Kidman despida, literalmente, de pudores e flertando com os limites do casamento.

Mas, ao contrário do longa de Kubrick, na obra de 2024 quem brilha é Kidman, uma vez que o que importa aqui é o olhar, e os desejos, de Romy. E a atriz australiana entrega uma performance em que é possível ver a vulnerabilidade por trás de uma mulher poderosa.

Não é à toa que a protagonista de Babygirl está bem cotada para a temporada de premiações; ela já levou o prêmio no Festival de Veneza do ano passado, conquistou uma indicação ao Globo de Ouro como melhor atriz em filme dramático e desponta como uma das favoritas na corrida ao Oscar. Merecido.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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