Paulistão Feminino 2025: com novo formato, estadual quer valorizar a modalidade
Neste ano, oito clubes participam do torneio, com jogos de ida e volta na primeira fase e no mata-mata; premiação é recorde pelo quarto ano consecutivo
O Paulistão Feminino, estadual mais disputado do país, vai começar, e a edição de 2025 traz novidades. A competição, com estreia marcada para 7 de maio, passou por uma reestruturação e tem novo formato.
Os detalhes foram divulgados nesta sexta-feira (21) na sede da Federação Paulista de Futebol após a reunião do Conselho Técnico do Paulistão Feminino.
Neste ano, apenas oito clubes vão participar do torneio (AD Taubaté, Corinthians, Ferroviária, Palmeiras, Realidade Jovem, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo), três a menos do que em 2024 — Marília, Pinda e São José ficaram de fora por não cumprirem as novas exigências do Licenciamento de Clubes, como o Plano de Desenvolvimento do Futebol Feminino.
Os times se enfrentarão em 14 rodadas na primeira fase, com partidas de ida e volta. Os quatro melhores colocados avançam para as semifinais, também com jogos de ida e volta. A grande final está marcada para 14 de dezembro.
“É muito simbólico a gente poder estar num Paulistão Feminino nesse ano com oito equipes, com turno de ida e volta, para que cada clube tenha a sua oportunidade de ser mandante e visitante, ter um calendário mais longo — de maio a dezembro — e que eles possam dentro de campo mostrar tudo que eles trabalham. O futebol feminino ser tratado assim à altura do que merece pela Federação Paulista", afirmou Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da FPF, sobre as mudanças do estadual e a valorização da modalidade.
“Estamos dando uma virada de chave no Futebol Feminino de São Paulo”, complementou o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos.
Vale lembrar que, pelo quarto ano consecutivo, premiação do estadual aumentou, com valor recorde de R$ 3,335 milhões para cada um dos clubes, além de R$ 5 milhões para o custeio de arbitragem, operação de jogo, ambulância e outros custos — mais de R$ 8 milhões em receitas no total. O campeão receberá R$ 840 mil em premiação, e o vice-campeão, R$ 350 mil.
“Esse comprometimento da Federação Paulista com futebol feminino vem de décadas. E, principalmente, uma grande virada de chave de 2021 para 2022 nesse aspecto financeiro de cotas e de premiação, que desde então é uma crescente a cada ano. A gente entende que poder devolver para os clubes esse aspecto financeiro é fruto também da qualidade da competição, do planejamento e da organização, com apoio dos patrocinadores, com todos os jogos sendo transmitidos e uma pulverização também muito significativa de detentores de transmissão. Tudo isso engrandece o campeonato”, declarou Kin Saito.
‘Mais clássicos, mais emoção’
Alberto Simão, diretor de futebol feminino do Palmeiras, atual campeão do Paulistão, opinou sobre as mudanças no estadual.
“Hoje, São Paulo está bem à frente dos outros estados, a gente tem uma federação que realmente apoia o futebol feminino. A gente entende que é uma fórmula melhor. Posso já te dar um feedback que as atletas adoraram. A gente aumenta a responsabilidade, maior número de clássicos, mais emoção. Torna-se um campeonato bem mais competitivo, com uma margem de erro bem menor também”, avaliou Simão.
Já Rodrigo Coelho, coordenador do São Paulo feminino, comentou sobre a expectativa para o Paulistão após a conquista inédita da Supercopa Feminina 2025.
“Acredito que nessa temporada como um todo, a gente vai cada vez mais ver o nível de competição aumentando. E a gente começar a temporada com um título, que a gente persegue já há um tempo e que vinha batendo na trave, é importante para ser um ponto de virada. Era importante a gente quebrar essa trava e que todos dentro e fora de campo entendam que a gente compete por coisas maiores. Que seja um ponto de virada para esta temporada.”
Por falar em virada de chave, esse é o discurso de Iris Sesso, diretora da modalidade no Corinthians, depois das Brabas ficarem com o vice-campeonato da Supercopa Feminina.
“A gente tem que virar a chave. Vai ser uma temporada muito intensa. Ninguém gosta de perder, mas as atletas têm essa consciência e uma mentalidade forte, para virar a chave. A gente vai tentar consertar qualquer erro que a gente teve. É no trabalho, é no campo, é na parte interna também, tanto física como a saúde. Enfim, é uma integração de todas as disciplina para que a gente consiga fazer uma temporada vitoriosa, não vai ser fácil, vai ser intenso, mas a gente vai sempre buscar o melhor”, projetou.
Em um ano difícil para o Santos, após a queda no Brasileirão, a coordenadora de futebol das Sereias da Vila, Thaís Picarte, contou que o clube teve um período maior de planejamento e de estruturação do elenco para 2025.
“Nós priorizamos trazer atletas com a característica ideal para cada posição. Nós demos um salto de qualidade no elenco. Trouxemos atletas de peso e renomadas no futebol feminino. É claro que a gente ainda não começou a atuar e isso vai fazer toda diferença, mas a gente tem talentos, que vocês vão ver durante o ano, e que vão ser peças importantes.”