Será que por trás de algo produzido com inteligência artificial pode haver sentimento? Informações preciosas e a lembrança viva de algumas patinhas que não corriam livremente por aí, mas que sustentavam lambidas e um coraçãozinho pra lá de inspirador? Sim, tanto é possível que surgiu o Marrom - tecnologia pioneira no Brasil e que acaba de ser lançada pelo Instituto Cãodeirante para orientar e transformar o universo de pets com deficiência.Antes de falar mais sobre essa ferramenta, abro espaço para contar de forma breve o que um encontro entre um patudo e uma humana incríveis pode causar. Era uma vez um cachorrinho que foi atropelado e resgatado por um abrigo em 2013. Abrigos deveriam ser locais de passagem, muito temporários, mas sabemos que essa expectativa muda completamente quando se trata de animais adultos, idosos, pretos, grandes e/ou deficientes. Marrom, como o nome mesmo diz, era um cachorro vira-lata caramelo, adulto e que após o atropelamento se tornou cadeirante. A situação dele chamou a atenção da psicóloga Sophia Porto Kalaf, na época voluntária do abrigo, que sentiu necessidade de divulgar melhor e trabalhar a adoção de animais especiais. Foi assim que ela resolveu levar o Marrom para casa em 2016 para oferecer lar temporário e percebeu as particularidades da condição daquele cachorrinho - nada impossível, mas que necessitava de orientação e informação adequadas. Mal ela sabia que aquele lar temporário seria definitivo por 7 lindos anos. Durante essa convivência, Sophia fundou o Instituto Cãodeirante. “Em um universo muitas vezes marcado por pressões estéticas e comerciais - cachorros de determinadas raças ou cores têm uma taxa muito maior de adoção do que os que não se encaixam nesses padrões -, os animais com deficiência sofrem ainda mais”, afirma Sophia. Muitos vivem normalmente com suas famílias de tutores até sofrerem um acidente - por exemplo um atropelamento. “Na imensa maioria dos casos eles são abandonados e passam a ser animais desassistidos, em situação muito precária. Frequentemente, até profissionais veterinários sugerem a eutanásia, como se não houvesse possibilidade de vida com qualidade para esses pets”, explica Sophia. “Nós acreditamos que todos os animais merecem respeito e amor, independentemente de sua condição.”Após a morte de Marrom, Sophia se fortaleceu ainda mais para manter viva a memória do pet e criou sua versão pela IA - inteligência artificial, conectada a um número de WhatsApp. “Conforme as pessoas interagem com a ferramenta, sua base de dados cresce organicamente, mapeando dúvidas frequentes e ampliando seu conhecimento para solucionar, também, dúvidas gerais sobre a rotina dos pets deficientes”, explica Thales Alarcon, sócio da ia2. A ferramenta já tem previsão de novas fases, com a elaboração de um processo de seleção de possíveis tutores de animais especiais, até o desenvolvimento de um aplicativo que vai mapear animais que precisam de auxílio e adoção em todo o Brasil e conectá-los a quem deseja dar lar, cuidado e amor.O Blog Entre Pets e Beijos tem a honra de ouvir os detalhes desta novidade da própria Sophia Porto Kalaf, fundadora e presidente do Instituto Cãodeirante:Por aqui, ninguém solta a pata de ninguém!✅Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp