"Só eu sei o quanto lutei para chegar onde cheguei." Rogério Assis, o dono da voz mais impactante no rádio esportivo do Brasil
Narrador impactante, dono de muita personalidade revela detalhes de sua carreira importante, até chegar à rádio Bandeirantes. E faz uma análise precisa do atual momento da imprensa brasileira. E ninguém tem o apelido de ‘Canhão’, por conta de sua voz, à toa
Aos 57 anos, a potencia da voz é impressionante.
Rogério Assis faz dos jogos que transmite pela rádio Bandeirantes experiências únicas. ‘Qualquer partida que faço é como se fosse final de Copa do Mundo. Me preparo, me concentro, e dou o meu melhor em cada jogo. “Quero me orgulhar do que eu fiz no microfone da rádio que represento, ainda mais a Bandeirantes e sua enorme tradição.
“Essa é a minha filosofia de trabalho.”
A trajetória de Rogério Assis não foi fácil. Descobriu aos 15 anos seu talento com o microfone. Virou um repórter destemido no Interior de São Paulo. Firme para questionar os poderosos, os ‘pequenos coronéis’ que dominavam os clubes menores. Já foi barrado, xingado. Mas se a coragem de perguntar e falar o que os poderosos não queriam que fosse público, a repercussão fez com que ganhasse cada vez mais espaço. Para ter dinheiro para criar os filhos, foi assessor de imprensa do Rio Branco.
Não suportou muito tempo.
Voltou para a rádio. A voz marcante logo foi notada. A transição para narrador, automática. Assim como a chegada para a Jovem Pan. Além da voz impactante, sua marca registrada é a sinceridade. Em respeito aos ouvintes, Rogério fala quando um jogo é bom ou ruim, sem meias palavras. E quer, incentiva os repórteres para ter a melhor informação.
“A minha alma de repórter não vai descansar nunca. Eu quero que a transmissão tenha também, a melhor informação. E estamos conseguindo.’ Rogério Assis tem talento de sobra para ser primeiro narrador em qualquer equipe do país. Mas não é. Pergunto se essa situação não o incomoda.
“Não incomoda mesmo. Respeito os critérios das rádios onde trabalhei e trabalho. E eu não me vejo como segundo narrador. Se um faz o Corinthians, eu faço o Palmeiras. Se um faz o São Paulo, estou no jogo do Santos. Todas as partidas são importantes para milhões de pessoas. E é isso que tenho em mente.” Rogério também é muito questionador em relação à organização, o comportamento, a postura dos jogadores, dirigentes, técnicos. Com o futebol em geral. “Temos de cobrar postura profissional de todos.
O amadorismo e a postura mimada de atletas fizeram com que a estagnação se refletisse na Seleção Brasileira e em vários clubes. É a minha missão cobrar esse aprimoramento constante. Somos profissionais ou amadores?”
E tenta projetar seu futuro. “Quero trabalhar mais alguns anos em São Paulo. E depois ir para o Interior. Montar a minha equipe e, com tranquilidade, aproveitar a vida. “Trabalhar e aproveitar a vida.
“Este é o desafio para um narrador de futebol que ama o que faz, como eu.
“Mas como é difícil...”
A entrevista completa de Rogério Assis está no canal Cosme Rímoli, no youtube, em parceria com o R7.
Lá, a cada semana há um personagem importante do esporte.
Casagrande, Milton Neves, Cléber Machado, Silvio Luiz, Denilson, Hortência e Zetti foram alguns deles...
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