Café robusta ficou mais caro que o café arábica em agosto, diz Cepea
Pela segunda vez na história, cafeicultor viu a cotação do robusta ficar mais alta que a do arábica
Novo recorde real no indicador de café do Cepea/USP: os preços do café robusta ultrapassam os do café arábica no final de agosto. O dado foi apurado na última sexta-feira (30), quando no Espírito Santo o Indicador Cepea/USP para o café robusta (tipo 6, peneira 13 acima) fechou com valor médio mais alto que os apurados para o café arábica (tipo 6 bebida dura para melhor), posto em São Paulo.
Em agosto, o café robusta avançou 16,73% e fechou o mês a R$ 1.483,95 a saca de 60 quilos. Um novo recorde real da série histórica do Cepea/USP iniciada em novembro de 2001, já que os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de julho/24.
A diferença pró café robusta foi de R$ 35,71 a mais por saca, já que no mesmo dia o café arábica teve cotação média de R$ 1.448,24 a saca, com alta de 2,3% no acumulado do mês.
Mas durou pouco. Nesta segunda-feira (02), a cotação do café robusta no Espírito Santo recuou quase 4,5%, voltando a faixa de 1.417,94 a saca, ou quase R$ 27,00 abaixo da cotação média do café arábica.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, a única vez que o café robusta foi negociado com preço acima do arábica ocorreu entre outubro de 2016 e janeiro de 2017. Mas a diferença não era tão acentuada, pois naquela ocasião a vantagem do robusta sobre o arábica não ultrapassou R$ 20,00 (no dia 3 de janeiro de 2017), ou seja, o café robusta nunca esteve tão mais caro que o arábica.
Assim como ocorreu entre 2016 e o início de 2017, desde o final do ano passado a oferta de café robusta diminuiu tanto no Brasil como na Ásia. Essa redução tem provocado alta nos preços desde o último trimestre de 2023, com as cotações da variedade robusta alcançando patamares recordes reais em março deste ano. E as altas têm sido renovadas com frequência, sobretudo nas últimas semanas, destacam pesquisadores do Cepea/USP.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.