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Renda Extra

Celular vira garantia para pedir empréstimo de até R$ 2.500

Pagamento pode ser feito em até 12 meses com taxa a partir de 12.9% ao mês. Juro é considerado alto por especialista

Renda Extra|Márcia Rodrigues, do R7

Oito em cada dez brasileiros têm celular, segundo IBGE, e são potenciais clientes
Oito em cada dez brasileiros têm celular, segundo IBGE, e são potenciais clientes

O celular, presente na vida de oito em cada dez brasileiros, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ganhou mais uma função a partir de agora.

A Serasa eCred, em parceria com a SuperSim, começaram a aceitar o aparelho como garantia para empréstimo pessoal de R$ 50 a R$ 2.500.

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A nova modalidade começou a ser oferecida em junho deste ano e em um mês e meio de operação as empresas receberam quase 90 mil pedidos da linha de crédito.

O empréstimo pode ser feito em até 12 meses com taxa a partir de 12.9% ao mês.


Amanda Rapouzo, gerente da Serasa, acredita que usar o celular como garantia de crédito é uma tendência.

Estamos notando cada vez mais uma mudança no comportamento dos consumidores em relação à posse de bens. Hoje em dia%2C muitas pessoas podem não estar buscando uma casa ou um carro próprio%2C mas todos possuem um ou mais dispositivos móveis que poderiam auxiliar na aprovação de um crédito.

(Amanda Rapouzo)

Para Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), com uma taxa tão elevada não justifica dar o celular como garantia para um pedido de empréstimo.


É um tipo de empréstimo que não precisaria pedir o celular como garantia de crédito por cobrar uma taxa tão elevada. Além disso%2C o celular em si não poderia ser considerado uma garantia por depreciar tão rápido.

(Miguel de Oliveira)

Para Daniel Shteyn, presidente da SuperSim, "a modalidade de crédito com garantia de celular é a única maneira de promover inclusão financeira a quem possui dificuldade em conseguir empréstimos pelos meios tradicionais, principalmente por estar negativado.

É uma situação que atinge mais de 60 milhões de brasileiros hoje. Neste sentido%2C a taxa reflete o risco que quase nenhuma instituição financeira quer assumir. Já quem está sem dívidas tem acesso a outras possibilidades mais baratas.

(Daniel Shteyn)

Taxas das operações de créditos sobem novamente em julho

Os juros das operações de crédito voltaram a ser elevadas em julho.


A taxa média registrou uma elevação de 1,01%, passando a taxa de juros de 5,93% ao mês (99,63% ao ano) em junho, para 5,99% ao mês (100,99% ao ano) em julho.

O patamar é o maior apurado desde dezembro de 2019 (6,52% ao mês – 113,39% ao ano).

Para Oliveira, as altas podem ser atribuídas a quatro fatores:

• Aumento dos juros futuros;

• Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior;

• Provável elevação dos índices de inadimplência; e

• Anúncio das elevações dos impostos das instituições financeiras da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) em 2021.

Oliveira entende que “essa provável inadimplência pode ocorrer pelos seguintes motivos:

• Fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas);

• Desemprego elevado;

• Fim do pagamento dos auxílios emergenciais;

• Elevação da inflação e seus efeitos na renda;

• Maior seletividade dos bancos na concessão de crédito.

Para os próximos meses, Oliveira, acredita que a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito continuem sendo elevadas.

O motivo, segundo ele, é uma possível piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da taxa básica de juros (Selic) frente a uma inflação maior.

A seguir, confira as elevações das taxas médias de juros praticadas em julho:

Comércio

Houve elevação de 0,83%, passando de 4,80% ao mês (75,52% ao ano) em junho para 4,84% ao mês (76,33% ao ano) em julho.

A taxa é a maior desde outubro de 2019 (4,88% ao mês – 77,14% ao ano).

Cartão de crédito

Foi registrada alta de 1,65%, passando de 12,10% ao mês (293,79% ao ano) em junho, para 12,30% ao mês (303,31% ao ano) em julho.

É a maior elevação desde abril de 2018 (12,39% ao mês – 306,19% ao ano).

Cheque Especial

A pesquisa apontou elevação de 0,41%, passando a taxa de 7,35% ao mês (134,22% ao ano) em junho, para 7,38% ao mês (135,01% ao ano) em julho.

A taxa é a maior desde dezembro de 2019 (11,57% ao mês – 272,02% ao ano).

CDC (Bancos financiamento de automóveis)

Houve uma elevação de 1,30%, passando a taxa de 1,54% ao mês (20,13% ao ano) em junho, para 1,56% ao mês (20,41% ao ano) em julho.

Com isso, a taxa tornou-se maior desde julho de 2019 (1,57% ao mês – 20,56% ao ano)

Empréstimo pessoal nos bancos

Constatou-se um aumento de 1,19%, passando de 3,36% ao mês (48,67% ao ano) em junho, para 3,40% ao mês (49,36% ao ano) em julho.

A taxa é a maior desde novembro de 2019 (3,42% ao mês – 49,71% ao ano).

Empréstimo pessoal financeiras

Foi registrada alta de 0,78% passando a taxa de juros de 6,43% ao mês (111,24% ao ano) em junho, para 6,48% ao mês (112,43% ao ano) em julho.

A taxa deste mês é a maior desde novembro/2019 (6,52% ao mês – 113,39% ao ano).

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