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Renda Extra

Os melhores investimentos em renda fixa com a Selic a 13,75%

Tesouro IPCA, prefixados e pós-fixados; especialistas indicam os melhores investimentos em renda fixa

Renda Extra|Do R7

O Copom (Comitê de Política Monetária) confirmou as expectativas do mercado ao manter a Selic em 13,75% ao ano nesta quarta-feira (26). Essa foi a segunda reunião, depois de 12 aumentos consecutivos, em que a instituição optou por não ajustar a taxa básica de juros.

Nos últimos meses, os dados de inflação deram um alívio, e, por mais que grande parte da queda de preços venha das medidas adotadas pelo governo para a redução de impostos sobre combustíveis e energia, o movimento abriu espaço para que o Banco Central interrompa o ciclo de alta nos juros que vinha acontecendo desde março de 2021.

Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, explica que os efeitos do aperto monetário demoram a ser sentidos na economia. Por causa disso, o cenário atual de redução da inflação não exige novas altas nos juros. “A inflação corrente caindo, os preços ao produtor apontando que há mais desinflação para vir e os juros já estarem muito altos falam a favor da manutenção em 13,75%”, diz.

A projeção do boletim Focus para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 e 2023 vem caindo. A mais recente, divulgada na segunda-feira (24), mostra a 17ª semana consecutiva de queda na expectativa de inflação para o fim do ano, agora em 5,60% no acumulado de 12 meses. Para 2023, a projeção do IPCA também foi reduzida, para 4,94%.


A expectativa geral do mercado é que os atuais 13,75% sejam o patamar terminal da Selic, que só deve cair em meados de 2023. Até lá, porém, a porta não está completamente fechada caso fatores que não estão sob o controle do BC — resultado das eleições ou recessão nas economias desenvolvidas, por exemplo — voltem a pressionar o cenário e exijam algum ajuste pontual nos juros.

“O BC não tem respostas se o ritmo de serviços vai mesmo começar a arrefecer, para onde vai o Fed ou o que vai acontecer no cenário eleitoral”, reforça Rachel de Sá. “A decisão desta quarta é um respiro, um ‘vamos parar para ver’”.


As melhores opções da renda fixa

A alta desta quarta-feira já estava precificada e não muda muito o cenário de investimentos, visto que repete a taxa de juros que já vinha sendo praticada desde a reunião do Copom realizada no início de agosto.

Desde que a Selic voltou para os dois dígitos no início de 2022, a renda fixa recuperou o posto de queridinha dos investidores. Essa foi a única classe de ativos que conseguiu entregar rentabilidade positiva no primeiro semestre do ano.


Agora, mesmo sem um novo ajuste na taxa básica de juros, a tendência é que a renda fixa continue bastante atrativa para o investidor.

Um levantamento feito pelo Yubb mostra que, com a Selic em 13,75%, todas as opções de investimento de renda fixa oferecem ao investidor um rendimento real, calculado a partir da rentabilidade bruta do título menos a projeção de inflação para 2022.

A única mudança do cenário de agosto para cá é o rendimento da poupança, que na época tinha uma rentabilidade negativa. Com a queda na projeção de inflação, mesmo que a taxa de juros tenha se mantido a mesma, essa opção de investimento agora consegue oferecer um rendimento real, ainda que pequeno.

Como a Selic está acima de 8,5%, a rentabilidade da “poupança antiga”, para depósitos feitos antes de abril de 2012, é igual à da “poupança nova”. Um rendimento de 0,5% por mês mais a TR (Taxa Referencial).

Renda fixa com a Selic a 13,75%

(*) Investimentos isentos de Imposto de Renda
(*) Investimentos isentos de Imposto de Renda

As maiores taxas de rendimento real são com os títulos privados, como as debêntures incentivadas, o LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e o LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). Vale lembrar que esses ativos ainda são isentos de Imposto de Renda. “Esses investimentos estão com taxas altas pelo momento de mercado e vão fornecer ao investidor uma alta rentabilidade real, mesmo que tenhamos algum cenário extremo de inflação devido à deterioração fiscal”, destaca Laís Costa, analista da Empiricus.

Dentro da renda fixa, os títulos privados são aqueles que possuem o maior grau de risco, visto que são emitidos por empresas, e não pelo governo, como os títulos públicos. Remuneram mais, mas exigem maior atenção.

Para quem quiser investir em uma opção com menos risco, a recomendação é o Tesouro Direto. Em um cenário em que o mercado já começa a vislumbrar quedas na taxa de juros para 2023, mas que ainda possui inflação e juros em alta no curto prazo, uma boa saída podem ser os títulos híbridos, explica Fernanda Melo, economista e planejadora financeira CFP pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).

A rentabilidade do ativo é determinada pela combinação de uma taxa prefixada e outra pós-fixada, como o Tesouro IPCA+. “Como acompanha tanto a subida da inflação quanto a dos juros, pode fazer muito sentido nesse momento. Exemplo: em um título IPCA + 8%, o ganho real é 8%, independentemente de quanto esteja a inflação”, afirma Melo. Veja como investir nesse tipo de ativo.

Para investir nos títulos, porém, o ideal é vislumbrar prazos mais longos. Como o BC está perto de encerrar o ciclo de aperto monetário, a expectativa é que o IPCA seja cada vez mais baixo. “Se a janela de tempo for curta, como um ou dois anos, ainda é melhor alocar em títulos pós-fixados. O aumento dos juros serve para abaixar a inflação, então esperamos que a rentabilidade desse IPCA+ diminua”, destaca Jaqueline Benevides, analista de renda fixa do TC.

A analista faz outras recomendações de títulos que precisam entrar no radar do investidor: os prefixados e os pós-fixados do mercado secundário. Com a Selic em 13,75% ao ano, a rentabilidade do Tesouro Prefixado, determinada na contratação do título, já está atrativa. Dado que existe pouco espaço para novas altas nos juros, quem começar a montar posições agora não tem muito a perder.

Entre os pós-fixados, Benevides prefere o mercado secundário. Trata-se da venda de um ativo de renda fixa, intermediada por uma corretora, que estava na mão de um primeiro investidor e que por algum motivo precisou ser revendido antes da data de vencimento. Ao tomar esse papel de “segunda mão”, o investidor consegue taxas ainda mais atrativas do que as praticadas na negociação com o Tesouro.

“Quando falamos de títulos pós-fixados, o mercado secundário é a cereja do bolo. Nele, o investidor consegue de 130% a 155% do CDI, o que daria entre 18% e 19% de rentabilidade ao ano. É ter acesso a uma rentabilidade de renda variável, só que dentro da renda fixa”, explica Benavides.

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