A Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) rebateu nesta terça-feira (7) a posição do Itaú Unibanco sobre o rotativo do cartão de crédito, e defendeu o parcelamento sem juros. A manifestação da Proteste ocorreu após o CEO do banco, Milton Maluhy Filho, afirmar que ''a via para reduzir o rotativo, seria criar o parcelado com juros''. Segundo ele, ''o governo e a população precisam entender que o parcelado sem juros tem juros embutidos nos preços dos produtos. Esses juros acabam sendo 'embolsados' pelas empresas de maquininhas, que antecipam os recebíveis das vendas aos lojistas, cobrando taxas para fazer esse desconto". O diretor de relações-públicas e de relações com a mídia da Proteste, Henrique Lin, rebateu essa afirmação, citando que existem estudos que comprovam que não há ligação entre o rotativo e o parcelado sem juros. ''O parcelado sem juros é importante instrumento de planejamento para os consumidores e diminui a chance de inadimplência. O argumento dos grandes bancos de que há subsídios cruzados e de que o rotativo financia o parcelado sem juros é falacioso, como mostra estudo do professor Leonardo Rezende, da PUC-Rio. Se a porcentagem é tão pequena como afirma o CEO do Itaú, porque estão tão reticentes? Na verdade, o que eles querem é limitar a competitividade de players menores (fintechs de meios de pagamento). E nessa briga quem está ameaçado de ter de pagar a conta é o consumidor e isso é que não pode acontecer', disse Lin.• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu Whatsapp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto A declaração foi feita durante uma teleconferência, na manhã desta terça-feira, para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre. O CEO se mostrou preocupado com a possibilidade de redução do rotativo, sem mudança no parcelamento sem juros. ''O impacto no teto de 8% seria de R$ 350 bilhões na economia." O rotativo do cartão de crédito está no centro das discussões econômicas e políticas do país neste momento devido às taxas mais altas do mercado. O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderão ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não cheguem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em até 90 dias. Além de um teto para os juros do rotativo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, propôs na semana passada aos setores envolvidos um máximo de 12 meses para o parcelado sem juros. A autoridade monetária também citou a hipótese de alguma limitação para a tarifa de intercâmbio no cartão de crédito. O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 4,4 pontos porcentuais de agosto para setembro, segundo o Banco Central. A taxa passou de 445,5% para 441,1% ao ano. No caso do parcelado, o juro passou de 194,6% para 193,8% ao ano entre agosto e setembro. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 101,5% para 101,4%.Veja sete dicas para evitar os juros do cartão de crédito rotativo