Quais são as melhores alternativas para o brasileiro 'guardar' dinheiro?
O hábito de guardar valores em casa, além do risco de segurança, causa perda de capital, porque o dinheiro deixa de render
Renda Extra|Do R7
Ainda há quem guarde dinheiro em casa. Segundo uma pesquisa da Tecban, em parceria com o Datafolha, mais da metade da população diz ter esse hábito.
Isso significa que, além do risco de segurança, existe a perda de valor, porque o dinheiro deixa de render. Com a inflação, todo mês o consumidor perde poder de compra ao deixar o capital parado.
Enquanto os preços dos produtos e serviços sobem, o dinheiro permanece com o mesmo valor nominal, mas depreciado em valor real.
Esse hábito é prejudicial à sua saúde financeira, segundo os economistas. Para proteger o dinheiro, é preciso fazê-lo render acima da inflação. Para isso, a primeira coisa é investir de acordo com seus objetivos, afirma Cleide Rodrigues, analista-chefe de investimentos da casa de análises Money Wise Research.
Principais tipos de investimento para cada perfil
Curto prazo
No cenário de curto prazo, os principais tipos de investimento são:
• Tesouro Selic;
• CDB com liquidez diária.
Médio prazo
• Investimentos em renda fixa. Nesse caso, é possível abrir mão da liquidez em busca de retornos maiores, desde que os vencimentos dos investimentos estejam alinhados aos objetivos do investidor.
Longo prazo
• Renda variável, ações e fundos de investimentos imobiliários.
Se seus objetivos forem de curto prazo%2C você vai colocar no CDB DI%2C com liquidez que renda 100% do CDI de grandes bancos%2C ou Tesouro Selic. Para os de médio prazo%2C você vai colocar ainda na renda fixa%2C mas em investimentos que de repente possam abrir mão de liquidez para ter um melhor retorno.
Nas aplicações de curto prazo (até um ano), o investidor não deve se expor a riscos. Por isso, recomendam-se as modalidades mais conservadoras.
Os investimentos de longo prazo exigem mais atenção do poupador, por necessitarem de mais planejamento e de acompanhamento do cenário econômico.
"É na Bolsa que o investidor vai conquistar a liberdade financeira dele. É a possibilidade de ser um pequeno dono de empresas por meio das ações e pequeno dono de empreendimentos imobiliários por meio dos fundos imobiliários. Isso significa ter um rendimento que, no começo, vai conseguir pagar uma água, depois consegue pagar uma pizza, uma conta de luz, até chegar o dia em que esse rendimento vai pagar todas as contas, e ele vai ser livre financeiramente", avalia a analista-chefe de investimentos da casa de análises Money Wise Research.
O que é renda fixa?
Esta é a modalidade na qual o investidor oferece certo capital para uma instituição financeira ou governo e recebe uma remuneração fixa por um determinado período. Entre esses investimentos, que são considerados mais conservadores e seguros, estão os CDBs e os títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA. O profissional garante uma maior previsibilidade com relação a quanto terá de retorno a partir do investimento realizado.
“Por serem ligados à taxa fixa de juros, dá para afirmar que o momento para investimentos desse tipo é altamente favorável, já que a taxa Selic está alta, o que garante mais retorno para esses produtos de menor risco”, diz o consultor de negócios Paco Fazito.
O que é renda variável
Investimentos em fundos de renda variável, como ações na Bolsa de Valores e fundos imobiliários, envolvem maior risco e são mais recomendados para investidores mais ousados e com maior experiência, visto que o rendimento desses produtos é imprevisível e depende de transações que oscilam conforme as condições do mercado.
“Mas nada impede que esses investimentos também façam parte da carteira do profissional liberal, que pode ser diversificada, e é muito importante que haja uma consultoria de um profissional especializado para montar uma carteira diversificada”, diz Paco.
Quais são os investimentos do momento?
A escolha da melhor aplicação vai depender do perfil do investidor e do seu apetite de risco.
Os especialistas dizem que o ideal é sempre ter uma carteira de investimentos diversificada com ativos e classes de ativos.
Se você concentra grande parte do seu patrimônio em apenas um investimento ou classe de ativos, seu risco é muito alto.
Dicas para quem quer começar a investir
1 – Situação financeira
A primeira coisa a fazer é um diagnóstico da sua situação financeira.
Saiba exatamente quanto você ganha e quanto gasta e entenda se o seu padrão de vida e o seu consumo acompanham a sua renda.
2 – Descubra seu perfil investidor
Pergunte-se quais tipos de risco você estaria disposto a assumir com o seu dinheiro.
Cada pessoa vai se encaixar em algum desses três tipos de perfil de investidor: conservador, moderado e agressivo.
• Conservador: aquele que sempre vai priorizar a segurança e tem aversão ao risco de perder
• Moderado: prioriza a segurança, mas está aberto a correr mais riscos
• Agressivo: aceita correr riscos para ter maior retorno nos seus investimentos
3 – Por qual motivo investir
Saber os motivos pelos quais você está optando, de forma consciente, a deixar de usar um dinheiro hoje em troca de um benefício futuro fará toda a diferença.
4 – Autoconhecimento financeiro
Entenda a sua relação com o dinheiro e estude educação financeira. Há cursos online disponíveis.
5 – Reserva de emergência
O investidor deve montar uma reserva de emergência — um valor que corresponda ao gasto fixo mensal de seis a 12 meses aplicado em um investimento de risco zero, como o Tesouro Selic, por exemplo. A reserva de emergência exige um investimento de baixo risco e com resgate rápido.