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Renda Extra

Saiba proteger o seu dinheiro com alta de juros e da inflação

A previsão é que a renda fixa continuará a ter destaque no ano; poupança mantém rendimento em 0,5% ao mês + TR

Renda Extra|Do R7

Copom decidiu aumentar a taxa básica de juros para 11,75% para barrar inflação
Copom decidiu aumentar a taxa básica de juros para 11,75% para barrar inflação

Pandemia de Covid-19, alta da inflação, taxa básica de juros de dois dígitos e guerra na Ucrânia. Os impactos no bolso do brasileiro não devem parar por aí. Isso porque o ano de 2022 prevê ainda mais volatilidade no mercado financeiro com eleições presidenciais em outubro. 

Na última semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) definiu o novo patamar dos juros básicos da economia brasileira para tentar barrar a alta dos preços. No nono aumento seguido, a taxa Selic subiu 1 ponto percentual, passando dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano, o maior nível desde fevereiro de 2017.

Com as incertezas e riscos, é importante ficar atento aos rendimentos das aplicações financeiras e à diversificação. Andressa Siqueira, especialista em investimentos da Magnetis, faz uma análise a seguir dos principais investimentos.

Ela afirma que os recursos em poupança seguem com a mesma regra de remuneração. "Quando a Selic fica acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança se mantém em 0,5% ao mês + TR (que está zerada)", afirma Andressa. Veja simulação de rendimentos:


Valor na poupança

Quanto renderiam R$ 10 mil

• Em seis meses - R$ 10.303,40


• Em 12 meses - R$ 10.616,00

• Em 18 meses - R$ 10.939,09


• Em 24 meses - R$ 11.269,95

*Isento de IR

Valor em CDB

Quanto renderiam R$ 10 mil

• Em seis meses - R$ 10.442,67

• Em 12 meses - R$ 10.969,37

• Em 18 meses - R$ 11.495,97

• Em 24 meses - R$ 12.114,85

* Sem isenção do IR

Renda fixa

Já os ativos de renda fixa que são pós-fixados se beneficiam desse cenário de alta na Selic. "Inclusive é possível ver a renda fixa simples rendendo 12% ao ano. Agora, com relação aos produtos de investimento mais complexos, o cenário é um pouco diferente", avalia a especialista da Magnetis.

No entanto, os juros subindo não significa, necessariamente, que é o momento para concentrar os investimentos em títulos de renda fixa, especialmente quando se trata daqueles que sofrem com marcação a mercado, como é o caso dos prefixados e indexados à inflação.

A necessidade do Banco Central em elevar a Selic vem do contexto preexistente e a maior pressão inflacionária que surgiu após o conflito entre Rússia e Ucrânia. "Nesse cenário de incerteza, comprar um título com componente prefixado (por exemplo Tesouro IPCA) pode significar uma marcação a mercado desfavorável e até perda de poder aquisitivo", explica Andressa.

Uma dúvida que costuma surgir aqui nesse ponto é: mas e se eu levar até o vencimento? Bem, o rendimento recebido será o previamente combinado, mas o que garante que a inflação e os juros estarão ao seu favor no meio do caminho? Apesar de ser possível calcular e ter uma ideia de para onde os juros vão dão dá para ter certeza.

Por isso, a construção de uma carteira de investimentos deve levar em consideração o cenário por completo. "É importante lembrar que a renda fixa pré ou híbrida pode oscilar de forma semelhante à renda variável."

CDB

Os CDBs pós-fixados são beneficiados com o aumento da Selic, no entanto é importante levar em consideração alguns pontos:

• Qualidade do emissor para não sofrer com problemas de crédito;

• Lembre-se que os CDBs possuem cobrança de IR;

• Ficar dentro da cobertura do FGC;

• E também é importante ficar atento aos prazos de vencimento dos títulos.

LCI e LCA

Tem uma lógica muito similar aos CDBs. No entanto, normalmente, remuneram a taxas menores que os CDBs já que não sofrem cobrança de IR.

Tesouro direto

São os títulos mais seguros quando falamos de crédito. No entanto, ao comprá-los é importante entender a dinâmica que mencionei anteriormente, sobre os títulos pós fixados, pré e híbridos.

Ações

Em cenários de incerteza é bem comum que os investidores migrem dos ativos de risco para ativos mais seguros, como é o caso da renda fixa. Mas, além desse motivo, as ações também costumam cair quando a taxa de juros sobe porque o crédito fica mais caro.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são um caso particular, porque dependem muito do tipo de fundo que estamos falando. Em linhas gerais, os fundos de investimento capturam o comportamento dos outros ativos que o compõem. Mas, além disso, os fundos cobram taxas de administração

e é comum que exista uma evasão dos fundos mais arriscados para ativos mais seguros, assim como no caso das ações.

Como investir

Perfil

Tão importante quanto poupar é investir o dinheiro. Para começar, conhecer o seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros é fundamental, pois existem diversas possibilidades de investimentos disponíveis no mercado. Cada tipo de aplicação tem características próprias que são mais ou menos recomendadas dependendo do perfil do investidor, horizonte e objetivos.

O plano de investimentos deve ser personalizado, pois o que é recomendado para um investidor pode não ser para outro. É importante destacar que não existe um único investimento que é o melhor, o que existe são investimentos mais adequados para cada objetivo ou plano.

Os investidores que têm um perfil conservador, por exemplo, prezam mais pela

segurança, mesmo que isso implique em menor rendimento. Já quem tem um perfil

arrojado ou agressivo aceitam maiores possibilidades de perdas, desde que o

retorno potencial seja mais alto.

Enquanto isso, os investidores com perfil moderado preferem equilibrar a possibilidade de prejuízos com a rentabilidade, ou seja, seria um meio-termo. É a partir desse conhecimento que é possível determinar quais os ativos e aplicações são ideais para alcançar suas metas, para o estilo em que se classifica, uma vez que existem diversas possibilidades de investimentos

disponíveis no mercado para quem deseja uma melhor gestão do patrimônio.

Diversificação

Outra dica valiosa, quanto se trata de gestão patrimonial, é buscar a diversificação das aplicações. Esta é uma excelente estratégia em investimentos que visa proteger as finanças do investidor contra oscilações que podem impactar nos rendimentos.

“Como não é possível ganhar sempre em um único ativo, ter os recursos diversificados em vários tipos de investimentos é uma maneira de minimizar os riscos e maximizar os retornos. Afinal, todo investimento está sujeito a algum tipo de risco, mas é possível conseguir um retorno consistente a longo prazo.” explica Andressa.

Até as aplicações consideradas extremamente seguras podem sofrer perdas por flutuações no mercado, mudanças regulatórias, inflação entre outros. Em resumo: a maneira ideal de investir seus recursos é fazer o gerenciamento de riscos por meio da diversificação em classes de ativos e até em locais geográficos distintos.

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