Voltar ou não as aulas presenciais é fato polêmico e que vem gerando debates em muitas cidades do país. Na terça-feira (20), a Prefeitura de São Paulo anunciou a ampliação da capacidade das escolas municipais a partir de 2 de agosto. Assim, outra realidade também volta a ser debatida pelos pais: dar ou não mesada para os filhos. O importante é que o tema educação financeira ganhe cada vez mais relevância, e os pais possam ensinar os filhos a lidarem com essa realidade. A volta às aulas é um excelente momento para começar, inclusive pode até gerar economia nas contas da família. Ao contrário do que muitos pensam, a mesada não é um incentivo ao consumo, e sim forma de educar financeiramente as crianças. Reinaldo Domingos do canal Dinheiro à Vista, é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros e da DSOP Educação Financeira, além de ser autor do livro "Mesada não é só dinheiro", da Editora DSOP.Leia mais: Dia das Crianças: investir na Bolsa também é ‘coisa de gente pequena’ Para ele, "a infância é a fase ideal para desenvolver comportamentos que serão levados por toda a vida". Por isso é importante implantar a mesada quando notar que a criança está pedindo dinheiro com frequência e já mostra ter seus primeiros hábitos de consumo. Para o economista, é fundamental que eles sejam orientados a usar o dinheiro de forma sustentável e a poupar parte dele para realizar seus sonhos no futuro. Assim eles cresceram menos consumistas e mais conscientes. Os reflexos são notados em casa, segundo o especialista. Exemplo muito comum, são os pais que dão dinheiro quando os filhos pedem para fazer pequenas compras, como de guloseimas e brinquedos, por mais que pareça que não, Domingos caracteriza isso como uma mesada voluntária. Domingos cita oito tipos de mesada para orientar os pais. Confira abaixo: • Mesada Voluntária: É a primeira mesada que seu filho recebe, quando quer comprar sorvete ou bala, o primeiro dinheiro que passa pelas mãos da criança. Na maioria das vezes, são as moedinhas do troco e é importante porque é algo novo para as crianças.• Mesada Financeira: É o tipo mais comum de mesada. Aquele dinheiro dado às crianças semanalmente ou mensalmente para que elas comecem a tomar conta do próprio dinheiro.• Mesada de Terceiros: Quando seu filho recebe dinheiro dos avós, dos tios ou padrinhos, é considerada mesada de terceiros.• Mesada Econômica: Quanto mais a criança ajuda a economizar em casa, mais a família toda ganha para fazer coisas juntos. Por exemplo, R$ 50 que todo mundo economiza na conta do supermercado pode render um ótimo passeio até a sorveteria no final de semana.• Mesada empreendedora: Na verdade, é o dinheiro que seu filho ganha por fazer algum investimento pequeno em casa. Por exemplo, ele ganha mesada com a venda de pipas que ele mesmo faz em casa, ou algum tipo de trabalho manual, ou até mesmo trufas e biscoitos.• Mesada ecológica: Não precisa ser dinheiro, é um jeito de incentivar seu filho a separar o lixo para reciclagem, por exemplo, e ir aos pontos de troca, onde certa quantidade de material reciclável vale uma quantia em dinheiro.• Mesada de troca: Em vez de seu filho economizar por meses para comprar um brinquedo novo, que tal chamar os amigos dele para fazer uma tarde de troca de brinquedos? É divertido, trabalha a conscientização e reaproveita os brinquedos usados em bom estado.• Mesada social: É aquela que leva a criança a escolher brinquedos, passeios e opções mais baratas e com maior qualidade para passar mais tempo com a família e com os amigos. A recompensa não é monetária, mas ensina a criança que o dinheiro não é única coisa de valor que ela pode guardar.*Estagiária do R7, supervisionada por Márcia Rodrigues