O deputado estadual Paulo Ramos (Psol) pediu a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar suposta ligação de José Júnior, líder do Afroreggae, com o traficante Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy. No último domingo (8), o líder da ONG publicou uma foto com o traficante mais procurado do Estado e disse ter intermediado entrevista que Playboy deu à revista Veja. A reportagem afirma que a entrevista foi intermediada por um ex-comparsa de Playboy que hoje trabalha na ONG. Segundo o deputado, ao postar a foto na internet, “José Júnior assumiu a condição de ex-comparsa, que deixou o crime e hoje trabalha no Afroreggae — na verdade, ele coordena o Afroreggae. Ele assumiu”. O R7 procurou José Junior, mas até a publicação desta reportagem não havia conseguido contato. Playboy disse à publicação que está pensando em se entregar à polícia. Segundo Júnior, o traficante teria procurado a ONG e os dois tiveram uma “conversa longa”, a qual foi registrada em vídeo e na entrevista publicada pela revista. Júnior disse ainda que chegou a opinar sobre o futuro de Playboy, mas que a decisão era somente do criminoso. Em nota publicada em seu site, Ramos afirmou que marcou audiência com o procurador-geral de Justiça para saber “se ele [José Júnior] tem autoridade, tem poderes, tem competência para fazer essa mediação”. O deputado diz também que tenta marcar um encontro com o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, com a mesma finalidade. Por ser o traficante mais procurado do Estado, o Disque-Denúncia aumentou a recompensa por informações que levem à sua prisão por duas vezes. O valor atual é de R$ 50 mil. Playboy é apontado por liderar a maior quadrilha de roubo de cargas no Rio de Janeiro. Contra ele há 22 mandados de prisão, a maioria por roubo e homicídio. Playboy também tem anotações por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.