Dirigir na cidade do Rio de Janeiro é uma tarefa difícil. Além de enfrentar engarrafamentos, o motorista carioca ainda tem de aprender em quais locais não deve circular sob o risco de ter sua segurança ameaçada. No último sábado (3), a jornalista Regina Múmura foi morta ao entrar por engano com o marido na comunidade do Caramujo, em Niterói, região metropolitana do Rio. O casal, que confundiu o endereço no GPS, teve o carro baleado com mais de dez disparos por criminosos da região. Para evitar situações como essa, a página Maré Vive no Facebook, mídia comunitária do Complexo da Maré, fez uma lista do que fazer caso entre de carro, por engano, em uma comunidade. A postagem teve cerca de 3.700 curtidas e 3.000 compartilhamentos. A lista avisa, por exemplo, que o motorista não deve tentar retornar e precisa colocar o farol baixo e ligar a luz interna do veículo, se for de noite. A reportagem do R7 ouviu especialistas em segurança sobre como deve ser o procedimento. O ex-coronel da Polícia Militar e fundador do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Paulo Amêndola afirmou que a reação em situações como essa deve ser semelhante a quando o motorista se depara com uma blitz policial. Ele ressalta que acender a luz interna do veículo ajuda o suposto traficante a identificar o condutor. Para Amêndola, é necessário deixar as mãos à mostra, para que o criminoso não pense que o motorista possa reagir, e se identificar, dizendo a profissão e informando estar perdido. O ex-coronel da PM pondera, contudo, que o caso ocorrido no Morro do Caramujo foi diferente. — Ali, eles [os bandidos] iam atirar porque o chefe da gangue havia ordenado atirar em quem entrasse na comunidade. O ex-comandante do Bope Paulo Storani também ressalta que tudo deve ser feito com tranquilidade. Inclusive, até para sair da comunidade é preciso pedir ajuda e agir com calma. — A pessoa tem que retornar o veículo sem fazer movimentos bruscos e sempre com a luz interna ligada. O importante é que as pessoas saibam quem está dentro do veículo. Embora lançar mão das recomendações seja prudente, o ex-chefe do Estado-Maior da PMERJ (Polícia Militar do Estado do Rio) Jorge da Silva alerta que, antes de se preocupar em como agir, o motorista deve evitar entrar por engano em comunidades. Para isso, é necessário, primeiramente, verificar a localidade em que se pretende ir no GPS e, depois, confirmar os dados com moradores da região. De acordo com ele, a reação dos traficantes não pode ser prevista. — É como cair em uma armadilha. Tudo é possível. Ir no escuro e simplesmente confiar no GPS é uma temeridade.Confira abaixo as dicas que a reportagem do R7 reuniu: 1 – Ao perceber que entrou em uma comunidade, abaixe os vidros (inclusive os de trás se houver passageiros); 2 - Acenda a luz interna do carro; 3 - Coloque o farol baixo; 4 - Peça ajuda para retornar ou, se não tiver ninguém por perto, volte tranquilamente; 5 - Caso seja abordado por homens armados, deixe as mãos à mostra (inclusive os demais passageiros); 6 – Não tente fugir: dar ré de maneira afobada pode levar criminosos a acreditarem que se trata de rivais ou policiais; 7 – Informe que está perdido; 8 - Diga seu nome e profissão; 9 – Peça ajuda para voltar;Colaborou Caroline Brizon, do R7 Rio