A funcionária do laboratório PCS Lab Saleme que estava foragida se entregou à polícia no Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira (15).Ontem, Jaqueline Iris de Assis Bacelar estava entre os alvos da operação da Polícia Civil que investiga a infecção com vírus HIV de seis pacientes transplantados. No entanto, ela não havia sido encontrada.Jaqueline afirma que trabalhava no setor administrativo do laboratório. Entretanto, o nome dela apareceu na assinatura de exames, acompanhado do registro de biomédica de outra pessoa. A operação Verum prendeu Walter Vieira, um dos donos do laboratório, e o técnico Ivanilson Fernandes. Já um terceiro investigado ainda é procurado pela polícia. O laboratório privado, contratado por R$ 11 milhões para fazer os testes do programa de transplantes da rede estadual, errou no resultado de exames de dois doadores de órgãos. Com isso, seis pacientes contraíram o vírus HIV após as cirurgias. Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes do laboratório com o objetivo de diminuir os custos. O delegado André Neves explicou que a análise das amostras deixou de ser realizada diariamente para se tornar semanal, o que teria aumentado a chance de erros nos resultados.O Ministério Público do Rio também abriu quatro investigações para apurar o caso. Uma delas analisa a contratação em caráter emergencial do laboratório que pertence a parentes do ex-secretário de Saúde e atual deputado federal, Dr. Luizinho. O político negou ter participado da escolha do laboratório e disse que a contratação ocorreu quando ele já não era mais secretário.Já a Secretaria Estadual de Saúde instaurou uma sindicância e alegou ter suspendido o contrato do PSC Lab, que foi interditado pela Vigilância Sanitária.Além disso, os exames do programa de transplantes voltaram a ser realizados pelo HemoRio. O instituto também vai reavaliar as quase 300 amostras de doadores de órgãos analisadas pelo PSC Lab, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024, com intuito de checar se outras falhas ocorreram. A defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudiou com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório e afirmou que todos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça. Além disso, ressaltou que a empresa atua no mercado há mais de 50 anos.