A Polícia Federal apreendeu nesta quarta-feira (26) 15 girafas e prendeu dois homens por maus-tratos nos animais no Portobello Resort & Safari, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro. A ação foi feita no âmbito de inquérito policial instaurado pela Delemaph (Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico) e acompanhada por analistas ambientais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para verificar informações acerca da morte de três espécimes de um conjunto original de 18 girafas importadas da África do Sul. Os policiais federais e os analistas ambientais constataram a situação de maus-tratos nos animais e diante disso dois homens, responsáveis pela manutenção dos cativeiros, foram presos. As girafas foram apreendidas. O Ibama ficará responsável pela supervisão e adotará todas as providências necessárias para resguardar a integridade dos animais. Os presos foram conduzidos à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde foram autuados. A investigação prosseguirá com o objetivo de apurar as circunstâncias e a legalidade da importação dos animais, bem como as condições de manutenção e cuidado das girafas.Defesa No dia 14 de dezembro de 2021, seis girafas derrubaram a cerca de proteção e fugiram. Em seguida, elas foram recapturadas e três delas morreram. Em nota, o BioParque do Rio, responsável pelo resort safári, informou que durante as operações de manejo um grupo de girafas havia escapado de uma área de contenção e que após o retorno às baias os animais não resistiram. A girafa é um animal bastante sensível e por isso determinadas situações podem levar ao seu desequilíbrio orgânico. O BioParque do Rio “reitera a responsabilidade com o manejo de fauna, com os projetos de longo prazo de restauração da natureza e afirma não haver maus-tratos, como tentam sugerir em denúncias infundadas”. A nota informa que o resort trabalha com muita seriedade no tripé da pesquisa, conservação e educação e com muita responsabilidade e cuidado no manejo da fauna, inclusive com um projeto de longo prazo para um programa dedicado à conservação integrada de girafas. “O grupo de 18 girafas veio de um local autorizado para manejo sustentável e desenvolvimento comunitário com essas espécies na África do Sul. A instituição foi devidamente aprovada pelos órgãos competentes brasileiros e sul-africanos”, diz a nota em outro trecho. O documento afirma ainda que “assumimos o compromisso de sermos os coordenadores no Brasil do grupo de trabalho para os esforços de conservação da girafa pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab). Nesse papel, o BioParque do Rio liderará as pesquisas e projetos de conservação da espécie no país, com foco principal no desenvolvimento de técnicas que utilizam a genética e a tecnologia da reprodução para o aumento da espécie”. O manejo de espécies é uma importante ferramenta complementar de conservação da biodiversidade e a ela foi dedicado o artigo 9º da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), assinada pelo Brasil em 1992.