Cleyton foi esfaqueado na zona oeste
Reprodução/Redes sociaisO motorista de aplicativo Cleyton da Silva Leite, de 26 anos, foi esfaqueado durante uma corrida por volta das 22h do último domingo (28), em Campo Grande, zona oeste do Rio. No ocorrido, a vítima foi enganada por criminosos, que fizeram a viagem no lugar de uma passageira.
Na ação, dois bandidos foram rendidos por populares até a chegada da Polícia Militar. Um motoboy que passava pelo local conseguiu agir rapidamente para que a dupla não escapasse.
O jovem foi socorrido para o Hospital Municipal Rocha Faria, no mesmo bairro. Apesar de ter recebido golpes no pescoço, ele conseguiu se recuperar e já recebeu alta hospitalar.
Há suspeitas de que haja um terceiro envolvido no crime, que teria fugido. No dia da tentativa de assalto, os criminosos capturados foram levados para a 35ª DP (Campo Grande), responsável pelas investigações. O grupo não conseguiu levar nada.
Após o ocorrido, a família da vítima conseguiu recuperar a faca usada no crime e levar até a delegacia. "É necessário uma política pública de segurança para a população que está sendo abatida", afirmou a mãe do motorista, Vivian Motta.
Os parentes alegaram que não receberam nenhum apoio da empresa de transporte por aplicativo. Para o R7, a 99 disse que lamenta profundamente o ato de violência contra o motorista parceiro Cleyton Leite.
Por meio de nota, a empresa informou que, assim que tomou conhecimento do caso, baniu o passageiro e mobilizou uma equipe para prestar suporte e acolhimento à vítima. Além disso, a 99 disse que está à disposição para colaborar com as investigações, caso necessário.
"Ressaltamos que na 99,99% das corridas são encerradas com segurança. Temos ciência da dura realidade da violência no país e, por isso, temos como prioridade a proteção de passageiros e motoristas parceiros antes, durante e depois das viagens", comentou a 99, por meio de nota.
A empresa esclareceu que, nos últimos dois anos, investiu R$ 70 milhões em sistemas preventivos, ferramentas de proteção e atendimento humanizado - ouvindo a comunidade, por meio de pesquisas e conversas, com abertura ao diálogo para oferecer segurança de mobilidade. Como resultado, a plataforma teria reduzido os casos graves contra motoristas em 20% por milhão de corridas no Brasil, no primeiro semestre de 2021.
Como medidas efetivas, a 99 completou que disponibiliza para os usuários dispositivos de inteligência artificial para mapeamento de áreas de risco, câmeras de segurança nos veículos, gravação de áudio, monitoramento da corrida via GPS , compartilhamento de rotas com contatos de confiança e um botão para ligar diretamente para a polícia. Além disso, todos os usuários estão cobertos por um seguro contra acidentes pessoais durantes as viagens.
De acordo com o presidente do SindMobi (Sindicato dos Prestadores de Serviços por Aplicativos), Luiz Corrêa, o crescimento do número de motoristas de transporte por aplicativo está acompanhado da violência contra a categoria. Em 2021, houve ao menos 10 mortes desses profissionais, conforme levantado pelo órgão.
O levantamento do sindicato é feito por meio de relatos em grupos de motoristas ou pelos comunicados na canal de atendimento no WhatsApp, onde há assistência à família das vítimas. Ainda como informado por Luiz Corrêa, o SindMobi aguarda o posicionamento do comando da Polícia Militar sobre a criação de um app de apoio ao motorista, com central 24 horas.
Marcos morreu no dia 6 de novembro
Reprodução/Record TV RioCorrêa explicou que não há dados oficiais específicos sobre a violência contra motoristas de aplicativo, porque os boletins policiais tratam os profissionais como vítimas de forma geral - seja latrocínio, furto ou roubo. "Os motoristas de transporte por aplicativo estão na mira dos bandidos", comenta o presidente do SindMobi.
Há cerca de 1 mês, o motorista Marcos Eduardo da Silva morreu durante uma corrida em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. O carro da vítima foi atingido com mais de 20 tiros.
Casos como o de Cleyton Leite e Marcos Eduardo podem ser reportados para o Disque- Denúncia no telefone 22531177, Polícia Militar e delegacias de polícia.
A Central de atendimento do sindicato está disponível no WhatsApp: (21) 97141-2310. Além do SindMobi, a 99 disse que também oferece uma central telefônica que funciona 24h e "oferece apoio imediato e atendimento humanizado em caso de necessidade".
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa