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Tatuadora do Complexo do Alemão abre estúdio durante pandemia

Lohany Paiva dos Santos, conhecida como Lola Paiva, vendia doces de porta em porta antes de conseguir empreender

Rio de Janeiro|Márcio Mendes, do R7*

Estúdio aberto durante pandemia
Estúdio aberto durante pandemia Estúdio aberto durante pandemia

Antes de começar a trabalhar como tatuadora, Lohany Paiva dos Santos, conhecida como Lola Paiva, de 19 anos, vendia doces de porta em porta e atendia clientes fazendo atendimentos estéticos aos moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, para conseguir dinheiro suficiente para montar um estúdio.

Foi aos 18 anos que a jovem conseguiu seu primeiro espaço com o dinheiro que juntou e começou a trabalhar com perfurações de piercings. Em pouco tempo, seu trabalho foi ficando conhecido na comunidade e passou a atrair diversos clientes e seguidores nas redes sociais.

Lola conta com uma lista grande de clientes, e atualmente atende mais de 40 pessoas por semana no novo estúdio que abriu em 2020. Alguns dos trabalhos ficam expostos em suas redes sociais. Agora, além das perfurações, ela passou a fazer tatuagens, após concluir dois cursos profissionalizantes.

“Sempre tive o sonho de tatuar. Gostava muito dos meus desenhos, e tinha o desejo de poder expressar isso artisticamente. Pouco antes da pandemia, consegui fazer cursos com profissionais da área para aprender e dar início ao meu projeto”, diz.

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A tatuadora é uma das mulheres que se destacaram no mercado de empreendedorismo no último ano. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em 2020, o Estado do Rio de Janeiro tinha 8% das mulheres empreendedoras do país, sendo o terceiro com mais mulheres empreendendo.

Ao todo, o estado concentra 2.311.958 milhões de empreendedores. Do total desses negócios cerca de 892,8 mil são liderados por mulheres.

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Para Lola, fazer parte desse movimento é importante pela possibilidade de realizar o sonho dentro da comunidade. 

"Trabalhar com o que gosta é a certeza de que você vai trabalhar com o coração. Ser tatuadora e body piercing não é fácil, mas luto todos os dias tentando ser a melhor na minha área. Aos poucos eu chego lá."

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Com o aprimoramento da técnica de tatuagem, que desenvolveu por meio de cursos com outros profissionais, Lola sentiu mais segurança para reproduzir sua arte. Desde então, começou a criar conteúdos na internet relativos aos trabalhos que, até então, era só “um sonho que acompanhava há muito tempo”.

Desafios na pandemia

Diante do isolamento, tendo que paralisar as atividades por um tempo, Lola conta que “precisou aumentar o nível de higienização para os clientes” buscando um retorno seguro.

Antes de tatuar, Lola vendia doces
Antes de tatuar, Lola vendia doces Antes de tatuar, Lola vendia doces

Ela explica como foi trabalhar durante a pandemia do novo coronavírus, que ocasionou o início do isolamento social, em março de 2020.

“Comecei o estúdio de tatuagem pouco antes da pandemia. Mesmo com o isolamento, busquei trabalhar da maneira mais segura possível, tanto para mim quanto para as pessoas que foram até o local. Seguindo todas as recomendações sanitárias, os clientes observaram o cuidado e se sentiram mais seguros.”

Lola conta como a arte ajudou alguns clientes que queriam aliviar o corpo e a mente, depois de um longo período de paralisação.

"Muitas pessoas queriam mudar durante o período que ficaram 'presas' em casa. Quando a cidade liberou a reabertura dos comércios, a demanda aumentou, e cada cliente queria fazer algo que marcasse positivamente", afirmou. 

Outros números

Assim como Lola, a maior parte das mulheres empreendedoras atuam na área de serviços. De acordo com a pesquisa do Sebrae, 70% delas têm ensino médio ou superior completo e 29% estão na faixa etária de 35 até 44 anos.

Em relação ao empreendedorismo feminino por raça e cor, 52,7% são Branca (380.521), 35,0% Parda (253.114) e 11,9% Preta (85.983).

Por quantidade de empregados, 69% têm de um a cinco empregados e em relação a faixa de renda mensal, 82% têm de R$ 1.500 a R$ 2.500.

*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa

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