A morte do torcedor do Vasco Felipe Souza Moreira, de 24 anos, foi comemorada por membros de uma torcida organizada do Fluminense, a Young Flu. Moreira foi espancado por um grupo de quase 40 torcedores na estação de trem em Mesquita, na Baixada Fluminense. Por meio das redes sociais, os tricolores chegaram a dar gargalhadas e um deles até relatou que antes das agressões perguntaram se os vascaínos queriam “doces ou travessuras” e os cruzmaltinos escolheram a segunda opção. Em uma foto compartilhada na internet, um dos tricolores aparece com um taco de sinuca na saída da estação onde os vascaínos foram agredidos com pedaços de pau e barras de ferro. Eles saíram da zona oeste em direção à baixada. Moreira teve traumatismo craniano e morte cerebral na tarde desta quarta-feira (4) por complicações causadas pelo espancamento. Segundo a companheira, o jovem tentou correr, mas não teve tempo de escapar. Os agressores filmaram as vítimas feridas e compartilharam nas redes sociais. No vídeo, um dos envolvidos chega a gritar: “é a Young”. Por meio de um aplicativo de mensagens do celular, circulam conversas que contam como foi a briga, além de relatarem que o grupo teria saído da zona oeste para a Baixada Fluminense apenas para agredir os rivais. Os outros três vascaínos que foram agredidos já tiveram alta.Pai de uma criança de um mês O operador de máquinas pesadas Felipe Moreira tinha um filho de um mês e colocou nele o nome do time do coração. A irmã disse que ele era um rapaz tranquilo e apaixonado pelo Vasco. Uma parente relata que, agora, a família busca por justiça. — Agora a gente só quer justiça, que a polícia investigue, que a SuperVia libere as imagens, porque nós temos provas, temos muitas testemunhas. Existem provas o suficiente para que a polícia investigue e ache os que fizeram isso com meu irmão.Torcida não pode entrar em estádios Em fevereiro, a Justiça determinou que a Young Flu ficasse proibida por um ano de entrar nos estádios. A decisão foi tomada após briga e confusões depois de um clássico entre Vasco e Fluminense. Na época, 97 torcedores foram presos. De acordo com parentes, o Hospital Adão Pereira Nunes dificultou a liberação do corpo porque a família se recusou a fazer a doação de órgãos. O problema só foi resolvido 24 horas depois da morte cerebral ser confirmada. Em nota, a unidade afirmou que apenas parentes de até segundo grau podem autorizar a doação de órgãos. Assim, o corpo não foi liberado porque, no momento, não havia familiar que atendesse às condições.Assista ao vídeo: