Uma vítima de um acidente com um carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti que deixou 1 pessoa morta e 19 feridas em 2017 relembrou o caso em entrevista ao Balanço Geral Tarde nesta sexta-feira (22), após a morte da pequena Raquel Antunes, de 11 anos, prensada também por uma alegoria no entorno do Sambódromo. A fotógrafa Lúcia Regina Freitas, que desde 2008 trabalha na cobertura de desfiles de Carnaval, teve uma perna esmagada pelo veículo, que tombou na entrada do Sambódromo. Na ocasião, ela passou por 17 cirurgias. Lúcia possui dificuldades de locomoção até hoje. "Desde o momento que eu fiquei sabendo [do acidente com Raquel] lá na Sapucaí, veio tudo na minha cabeça. Pensei na minha família quando eu vi a mãe dela desesperada", disse a fotógrafa, emocionada. Lúcia ficou três meses internada após o acidente e chegou a voltar à unidade meses depois, em estado grave. Ela contou que carrega traumas até hoje, após ter ficado com o rosto prensado contra a grade do Setor 1 da Sapucaí. O carro alegórico da Tuiuti seria o último da escola a desfilar no dia 26 de fevereiro de 2017. O veículo perdeu o controle ao fazer a curva para entrar na avenida e bateu contra a grade, prensando pessoas que estavam no entorno. A radialista Elizabeth Ferreira Joffe morreu no hospital dois meses após o acidente. Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil pelo ocorrido. A menina Raquel Antunes morreu nesta sexta, após quase dois dias internada em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Na noite de quarta (20), ela subiu em um carro alegórico da escola Em Cima da Hora, durante a dispersão, no primeiro dia de desfiles do Carnaval. No momento em que integrantes movimentaram o veículo, a menina foi prensada contra um poste. Raquel chegou a ter uma perna amputada depois do acidente, mas não resistiu. Ela havia sofrido um traumatismo no tórax e duas paradas cardiorrespiratórias durante uma cirurgia. O MP-RJ afirmou que os responsáveis pela organização do Carnaval no Rio violaram regras de segurança. Na noite desta quinta (21), a Justiça determinou que as escolas de samba escoltassem os carros, para que outros acidentes fossem evitados. *Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira