Os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) anunciam que farão uma paralisação a partir do meio dia desta segunda-feira (1º), em São Paulo. De acordo com o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), cerca de 30% do efetivo continuará trabalhando para atender os casos mais urgentes. Segundo o sindicato, o motivo da paralisação são as mudanças anunciadas pela Prefeitura de São Paulo, em fevereiro. Na decisão, a administração municipal afirmou que vai desativar 31, das 58 bases do Samu e realocar os funcionários para os pontos de assistência, como UBS (Unidades Básicas de Saúde), AMA (Assistência Médica Ambulatorial), UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) e CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). O sindicato, que representa a categoria, afirmou que as mudanças afetam diretamente a saúde pública. Segundo a entidade, os novos pontos de assistência não têm estrutura para o tipo de trabalho realizado pelo Samu. "Falta estrutura para a higienização de materiais, de ambulâncias e do trabalhador, que, no atendimento, acabam se contaminando", afirmou um representante do Sindsep.Veja mais: Presos suspeitos de roubar carga importada no Aeroporto de Cumbica Outro ponto abordado pela categoria é de que a mudança afeta o número de trabalhadores do serviço. De acordo com eles, enquanto as bases antigas possuíam de duas a três equipes por plantão, os pontos de atendimento só possuem uma. Com isso, a administração municipal reduziria o número de equipes disponíveis, aumentando o tempo de resposta para atendimentos. A categoria afirma ainda que as mudanças de localização não são baseadas em estudos populacionais e epidemológicos e que as novas bases foram dispostas em lugares que, segundo a entidade, não refletem a necessidade das populações. A paralisação tem início às 12h desta segunda-feira (1°). Uma assembléia de trabalhadores está marcada para às 14h.Leia também: Polícia apura morte de morador de rua queimado em Santo André Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que considera a paralisação ilegal. A administração afirma que "tomou as medidas jurídicas cabíveis e não medirá esforços para responsabilizar o sindicato e eventuais grevistas por qualquer dano causado à sociedade em função dessa paralisação".Outro lado A prefeitura considerou a paralisação como "irresponsabilidade da atual direção do Sindicato". A Secretaria Municipal da Saúde também adotou medidas logísticas e de segurança, para que os funcionários do SAMU, possam trabalhar normalmente, sem a interferência de pessoas que desejam apenas "tumultuar o serviço". A administração municipal afirmou ainda que "nenhuma base será fechada" e que haverá "uma desativação de 31 bases modulares, será realizada com a transferência das equipes e pleno funcionamento da base integrada, sem interrupção de atendimento. O plano, de acordo com a prefeitura, amplia das atuais 58 bases para 78 bases. "As bases integradas, assim como as antigas estruturas modulares, são pontos de apoio para as ambulâncias. A integração não significa que os profissionais irão trabalhar no hospital x ou na UBS Y. Eles continuam atuando exclusivamente no SAMU, mas agora, sem obrigações burocráticas, integrados à rede de assistência da cidade e respondendo aos gestores regionais", declarou o órgão por meio de nota.*Estagiária do R7, com supervisão do Raphael Hakime