Dezessete propostas foram apresentadas na noite desta terça-feira (10) para o Arco Tietê, que integra o programa Arco do Futuro e visa o desenvolvimento urbano, social, econômico e ambiental dos bairros ao longo do rio Tietê em São Paulo. A apresentação dos consórcios interessados foi feita em audiência pública realizada no Memorial da América Latina. O prefeito Fernando Haddad e o secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, participaram do evento. Apesar da obra ter figurado como uma das principais do programa de governo do então candidato Haddad, no ano passado, a obra não deve sair nesta gestão, que vai até 2016. Segundo disse Leda Paulani, secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, durante o lançamento do Plano de Metas, no mês passado, não haveria verba para a execução do projeto. O chamamento público para a iniciativa privada oferecer projetos, em uma primeira fase de estudo da viabilidade, foi feito no primeiro semestre deste ano. Dos 26 trabalhos, 11 foram excluídos por uma comissão da pasta de Desenvolvimento Urbano, mas seis consórcios recorreram da decisão, sendo que dois deles conseguiram aprovação para a fase seguinte. Agora os 17 grupos terão de fundamentar e detalhar as ofertas, com estudos de viabilidade das modelagens urbanística, jurídica e econômico-financeira.Impasse sobre aeroporto em Parelheiros ‘trava’ plano de Haddad para zona norteSem Nova Luz, centro de São Paulo ganha incentivos pelo novo plano de Haddad Em diversas entrevistas no mês passado, Haddad destacou que o planejamento da prefeitura é discutir o Arco Tietê com a sociedade e com a iniciativa privada, em busca do melhor formato para os bairros pelos quais o rio passa. A expectativa é de que o projeto traga dois apoios viários, um norte e outro no sul da cidade, que propiciem melhor mobilidade urbana e preservem outros três eixos fundamentais – ambiental, econômico e habitacional. — O Arco Tietê ele só se equilibra se eu levar moradia para o apoio sul e emprego para o apoio norte, é que o que está faltando de um lado a outro do rio para que essa região se equilibre, fazendo parte da macrorregião de reestruturação metropolitana (...). As margens do rio Tietê são uma área nobre da cidade que é subutilizada pelos moradores de uma maneira geral.Violência da PM na periferia e insegurança marcam desinteresse na Operação DelegadaLeia mais notícias de São Paulo Durante o lançamento da minuta do projeto do PDE (Plano Diretor Estratégico), Haddad explicou que não é apenas por falta de financiamento que o projeto não sairá do papel nesta gestão. De acordo com o prefeito, o projeto sugerido em seu programa de governo precisa de alterações, a fim de atender os anseios da população da região. É justamente isso que motivou o chamamento feito aos consórcios da iniciativa privada. — O apoio norte será redesenhado para contemplar o transporte público, e então vamos pensar na zona norte e como leva empregos para lá. Isso vai demandar uma lei específica sobre o Arco Tietê.Área correspondente a 8.500 campos de futebol constitui projeto Segundo dados divulgados pela Prefeitura de São Paulo, a área que compreende o Arco Tietê possui mais de 6.000 hectares, o que corresponde a 8.500 campos de futebol, e engloba a região na qual vivem mais de 420 mil pessoas, entre as rodovias Anhanguera e Presidente Dutra, passando por bairros como Vila Maria, Vila Guilherme, Santana, Tucuruvi, Casa Verde, Cachoeirinha, Freguesia do Ó, Brasilândia, Pirituba, Lapa, Sé e Mooca. A meta do projeto é aproximar a oferta de emprego do adensamento habitacional e dos corredores de mobilidade urbana no eixo do rio Tietê, buscando um equilíbrio entre moradia e oferta de emprego na cidade. É o mesmo conceito que rege o novo PDE, que deve ser enviado à Câmara Municipal para ser discutido ainda neste mês.