Bombeiros confirmam 4 vítimas nos escombros do prédio que desabou
Segundo o Capitão Palumbo, elas seriam uma mulher e seus filhos gêmeos, além de Ricardo Pinheiro
São Paulo|Fabíola Perez, do R7 e Carla Balta, da Agência Record
O capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, confirmou, na tarde desta quarta-feira (2), que, dos 49 desaparecidos, quatro estão entre os escombros. Segundo o capitão, além de Ricardo Pinheiro, que caiu quando a corda se rompeu no momento do desabamento do prédio, há uma mulher com dois filhos gêmeos.
Oficialmente, segundo o porta-voz dos Bombeiros, é a primeira família que procura a corporação para pedir auxílio.
Segundo o marido dessa mulher, que não foi identificada, que entrou em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, informou que a esposa e os filhos gêmeos estavam dentro do prédio no momento do desabamento.
"O Corpo de Bombeiros não terá nenhuma alteração de estratégia no local, todas as ações já foram traçadas", afirma o capitão Palumbo. Segundo ele, a equipe é formada por 90 homens que trabalham para recolher todos os indícios de que ainda existam pessoas com vida entre os escombros.
Até o momento, eles não foram encontrados. Ainda segundo informado pelo esposo da desaparecida, a família morava no oitavo andar do prédio.
Os bombeiros consideravam, até então, apenas como vítima nos escombros Ricardo Pinheiro, que havia caído no momento do resgate. A mulher e as crianças estavam desaparecidas, mas não estavam na contagem das vítimas nos escombros.
Rescaldo
O Largo do Paissandu continua tomado por fumaça. "A temperatura é alta e os focos de incêndio no edifício continuam quentes", afirma Palumbo. Segundo ele, o colega sargento Diego ficou frente a frente com Ricardo, mas não conseguiu fazer seu resgate. "Ainda há pessoas desaparecidas que ninguém conseguiu fazer contato."
O edifício possuía dois subsolos, 22 andares e todos eles ocupados. "As imagens mostram a queima de todos os andares por causa do aquecimento. Houve um efeito dominó que fez com que todo o prédio viesse abaixo." As equipes estão utilizando equipamentos especiais para sinalizar tremores e movimentações nos edifícios do entorno.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a temperatura entre os escombros é de 150 graus. Nas partes internas é chega a 600 graus. "As queimas podem causar a falta de oxigenação", diz Palumbo. "Estamos utilizando protocolos internacionais para fazer essa atuação."
A previsão é de que as operações duram cerca de 48h. O término está previsto para as 2h30 da manhã da quinta-feira (3). Mas segundo o Corpo de Bombeiros é possível que as buscas se estendam por mais tempo. A equipe fez também um relatório de condições consideradas propícias para um incêndio. "Encontramos um porta muito menor do que o recomendado, botijões de gás, um fosso de elevador aberto que formou uma chaminé, ausência de extintor e de hidrante."
Na tarde desta quarta-feira (2), os bombeiros trabalham nas buscas do quadrante ao fundo do prédio. "Teremos todo o trabalho de buscas concentradas, vamos remover todos os escombros", diz Palumbo. Há também uma câmera à laser colocada no solo e no prédio para que as equipes sejam abusadas sobre qualquer movimentação. "Nenhum tremor foi detectado. A câmera detecta também a presença de pessoas vivas. Até o momento não detectamos nenhuma."