Centro de São Paulo tem pelo menos outros 70 prédios ocupados
De acordo com a secretaria de habitação, cerca de 46 mil famílias vivem nesta situação em toda a cidade
São Paulo|Gabriela Lisbôa, Do R7
A cidade de São Paulo tem 206 ocupações habitacionais irregulares, como o prédio que desabou na madrugada desta terça-feira (1) segundo o núcleo de mediação de conflitos, criado pela Prefeitura para monitorar a situação. No total, 45.872 famílias vivem nestes lugares.
A maior parte, está na região central da cidade, onde 4 mil famílias ocupam 70 edifícios públicos e privados.
De acordo com o secretário municipal de Habitação, Fernando Chucre, este número é estimado.
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"É o número de ocupações que nós temos conhecimento ou temos algum tipo de gestão, de contato, ou algum tipo de ação da prefeitura junto a elas", disse Chucre.
O prédio que pegou fogo e desabou foi inaugurado em 1968 para ser sede da Companhia de Vidros do Brasil, mas foi desapropriado pela União por causa de dívidas que a empresa tinha com o governo federal.
Depois disso foi sede da Polícia Federal, que saiu do prédio no início dos anos 2000. Em 2001, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) passou a usar o térreo, mas os demais andares, 24, permaneceram desocupados.
Nos próximos 45 dias a Defesa Civil vai vistoriar os outros 70 prédios ocupados na região central para ver se eles apresentam algum tipo de risco.
Em 2015, o Ministério Público abriu um inquérito civil para investigar uma denúncia de risco de desabamento do prédio, mas o inquérito foi encerrado depois de um laudo da Defesa Civil descartou o risco.
De acordo com Bruno Covas, esse inquérito ainda vai ser avaliado.
"Nós estamos verificando quem efetivamente fez esse laudo, o que ele efetivamente contém", afirmou o prefeito. "Amanhã (2), vamos atuar em parceria com o promotor que estava com a responsabilidade deste inquérito para verificar o que está dito neste laudo. Então vamos aguardar para que a gente possa se manifestar."