Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, que ficou conhecido no País ao comandar o sequestro e o assassinato de um casal de namorados, em 2003, vai passar por nova avaliação psiquiátrica. O exame, previsto para esta quinta-feira (28), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, será realizado por peritos do Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo), vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.A avaliação foi requisitada pela promotora de Justiça do caso, Maria Gabriela Prado Manssur, diante dos reiterados pedidos de liberdade feitos nos últimos anos pela defesa, que chegou a apresentar um laudo, não oficial, atestando sanidade mental do jovem. Os médicos terão que responder a sete quesitos elaborados pelo Ministério Público. O crime aconteceu em novembro de 2003, quando o casal Liana Friedenbach, 16 anos, e Felipe Caffé, 19, acampava na zona rural de Embu-Guaçu, a 36 km do centro da capital paulista. Na época, Champinha tinha 16 anos. Ele e comparsas mantiveram as vítimas em cativeiro. Felipe morreu com um tiro na nuca. Liana foi violentada diversas vezes antes de ser esfaqueada até a morte pelo então adolescente.Leia mais notícias de São Paulo Por ser menor de idade na época dos assassinatos, Roberto Cardoso não foi condenado pela Justiça como os demais. A ele, foi aplicada a penalidade máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), que determina, em caso de atos infracionais graves, a internação de no máximo três anos em unidade específica para menores de 18 anos. Após o período de internação, o Ministério Público apresentou uma ação de interdição civil, acolhida pela Justiça. Laudo psiquiátrico apontou que Champinha tinha problemas mentais. Por esta razão, ele não foi colocado em liberdade. O jovem está internado em uma UES (Unidade Experimental de Saúde), na zona norte de São Paulo, criada em 2006 pelo Governo Estadual para abrigar jovens com diagnóstico de transtorno de personalidade que, quando menores de idade, praticaram atos infracionais graves e passaram pela Fundação Casa. Em abril deste ano, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo protocolou uma ação civil pública, com pedido de liminar, solicitando a extinção da unidade. A procuradoria argumenta, entre outras coisas, que não há acompanhamento médico e assistencial adequado e que os internos ficam na UES por tempo indeterminado.