A cidade de São Paulo tem 1,2 milhão de infectados pelo novo coronavírus, segundo dados do inquérito sorológico fase 1 divulgado nesta quinta-feira (9) pela prefeitura. O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou que vai ampliar o número de fases do inquérito de 5 para 9. "O resultado mostra o acerto da cidade ao apostra numa estratégia inédita no país para saber quais os distritos têm alata taxa de mortalidade e, com os dados, fazer uma reabertura com equidade", afirmou o prefeito.
A fase zero do inquérito havia indicado que 1.160.000 moradores da capital já tinham anticorpos para a SARS-Cov-2, numa taxa de prevalência de 9,5%. Agora, na etapa seguinte, a prefeitura estima que a taxa tenha chegado a 9,8%, com a ampliação do número de domicílios de 3,3 milhões para mais de 5,3 milhões. A margem de erro é 2,1%. A proporção de infecção assintomática foi de 32,8%.
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Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, "a prevalência se mantém estavél, o que reflete uma atenção do município aos 90% de casos monitorados de covid-19, mesmo em um momento de reabertura na cidade".
São 14 distritos na capital considerados de "hotspots", ou seja, com o maior número de casos. São eles: Brasilândia, Cachoeirinha, Jaçanã, Liberdade, Santa Cecília, Cidade Ademar, Jardim São Luis, Campo Limpo, Capão Redondo, Parque São Lucas, Sapopemba, Itaim Paulista, Itaquera e Lajeado.
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Perfil sócio-demográfico
O inquérito sorológico aponta que a prevalência de contaminação pelo novo coronavírus é maior em pessoas de 35 a 49 anos de idade, que nunca estudaram, de raça parda e com renda nas faixas das classes D e E.
O levantamento também aponta que os casos são mais frequentes em domicílios com mais de cinco adultos, em cidadãos que não fizeram o isolamento social indicado e que trabalham fora de casa ou em regime misto.
De acordo com o prefeito, a pobreza e a vulneralibilidade social são fatores de risco para covid-19: "Precisamos reduzir desigualdades. É inaceitável que a taxa seja três vezes maior na classe E do que na A. O vírus jogou luz na desigualdade social da cidade".
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Ampliação da testagem
Hoje a taxa de ocupação de UTIs na capital é de 49%. São monitorados 288.903 casos e 157.449 tiveram alta hospitalar. De acordo com o secretário Edson Aparecido, atualmente são realizados 5 mil testes do tipo PCR por dia, mas a capacidade de testagem será ampliada em mais 242 mil testes por mês.
"Vamos na casa das pessoas sintomáticas e já testadas e testaremos em média outros cinco contatos dela. Vamos dar atestado médico para que as pessoas fiquem em casa enquanto aguardam o resultado para reduzir a transmissibilidade do vírus", enfatizou o secretário de Saúde.
A ideia é que com isso haja mais controle da disseminação do vírus no território e vai permitir também a flexibilização com maior equidade. Segundo a prefeitura, são decrescentes as taxas de novos casos de covid-19 na cidade.