Alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie denunciaram, em redes sociais, inscrições racistas que tem sido deixadas nos banheiros da instituição e dos arredores do campus, em Higienópolis, área nobre da capital paulista. “Lugar de negro não é no Mackenzie, é no presídio”, escreveu um criminoso em um dos banheiros do prédio 3 da instituição, onde fica a Faculdade de Direito. A frase foi fotografada e postada nesta quarta-feira (7) em páginas do Facebook. Em agosto, outra inscrição semelhante, havia sido encontrada no banheiro de um restaurante das imediações da universidade: “O Mack não deveria aceitar nem negros nem nordestinos”. Parte do texto foi escrito com letra cursiva, o que pode facilitar a identificação. Não é possível saber se as duas inscrições foram feitas pelo mesmo criminoso. Caso seja identificado, o autor da inscrição pode pegar de um a três anos de reclusão. A lei 7.716/89 classifica como racismo o ato de "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O crime é inafiançável e não prescreve. Como reação ao primeiro crime, alguns colocaram um lambe-lambe em postes da região com a inscrição: “Tem (e terão) negras(os), nordestinas(os), feministas, LGBT, pobres e periféricas(os) estudando no Mackenzie sim! Existimos e resistimos”. Sobre o assunto, a universidade emitiu a seguinte nota na tarde de quarta-feira (7): "À Comunidade Acadêmica da Faculdade de Direito, A Direção da Faculdade de Direito comunica que tomou conhecimento no final da tarde de hoje da existência de dizeres de cunho racista no banheiro masculino do subsolo do Prédio 3, Campus Higienópolis. Lastreada nos valores e objetivos institucionais, a Direção se manifesta no sentido de repudiar todo e qualquer ato, ação ou manifestação de cunho racista em nosso ambiente. Ainda não sabemos a autoria, o que nos impossibilita de precisar se tal ato foi realizado por algum aluno ou membro da comunidade da Universidade. Informa que já foi feita a denúncia aos órgãos e instâncias responsáveis pela apuração, foi instaurado procedimento interno para apuração dos fatos e possível identificação de autoria, para que possamos imputar responsabilidades. Somos resultado de um processo de doação, entrega, solidariedade e pioneirismo a partir de uma experiência inovadora caracterizada pela introdução de um ensino destinado a todos os membros da comunidade brasileira, sem discriminação, e que este mês completa 145 anos. Nossa história de ampliação de liberdades e construção de oportunidades, nos impõe a reafirmação permanente do nosso compromisso com a defesa dos Direitos e Garantias Individuais e Coletivos, com o bem-estar do nosso povo e o repúdio a atos discriminatórios de quaisquer naturezas."Leia mais notícias de São PauloExperimente: todos os programas da Record na íntegra no R7 Play