Os destroços do avião que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9) serão transportados para Ribeirão Preto (SP), onde está localizada a sede da Voepass, responsável pelo voo. Segundo a companhia, uma empresa especializada foi contratada para a retirada dos pertences pessoais dos passageiros, realizando o recolhimento, descontaminação, catalogação e posterior identificação, conforme as recomendações existentes. Ao todo, 62 pessoas morreram na queda, cuja causa continua sendo investigada.A empresa informou que os objetos serão entregues aos familiares em um “momento oportuno”. Os destroços ficarão armazenados até que todos os familiares sejam indenizados. O processo ainda depende de permissão das autoridades e não há prazo estimado para início ou conclusão.O material levado ao galpão é aquele que não faz parte da investigação do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ao menos neste primeiro momento.Nesta segunda-feira, o Cenipa encerrou as investigações no local do acidente aéreo envolvendo a aeronave operada pela Voepass Linhas Aéreas. O relatório detalhado sobre o acidente deverá ser divulgado dentro de 30 dias.O Cenipa concluiu a extração dos dados das caixas-pretas do avião que caiu no interior paulista. O órgão informou que conseguiu retirar as informações das duas caixas-pretas da aeronave: uma com o gravador de voz da cabine e outra com os dados do voo.O percurso foi seguido pelo avião normalmente até por volta das 13h. A aeronave decolou de Cascavel (PR) às 11h50 e deveria pousar em Guarulhos (SP) às 13h45. Segundo informações da Força Aérea Brasileira, a partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, nem declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda de contato com o radar ocorreu às 13h22.A aeronave caiu no jardim de uma casa em um condomínio fechado. Às 13h28, foi reportada a queda no bairro Capela, em Vinhedo, a 464,4 km de São Paulo. A Defesa Civil informou que a aeronave explodiu ao cair no chão. Desde o primeiro momento, as autoridades informaram que ninguém a bordo sobreviveu. Apesar de a aeronave ter explodido no quintal de uma casa, nenhuma pessoa foi atingida em solo. Vídeos registraram o momento da queda do avião.Especialistas acreditam que o mau tempo pode ter contribuído para o acúmulo de gelo nas asas. Pilotos que sobrevoaram São Paulo na sexta-feira (9) confirmaram uma condição atmosférica fora do normal. O ATR-72 é um avião de médio porte com boa reputação de segurança. Por características de projeto, voa a uma altitude inferior à operada pelos grandes jatos, justamente onde ocorre uma maior formação de gelo na atmosfera.