A
vida trancafiada em uma cela de presídio não é mais vida no seu sentido pleno. Passa
a ser sobrevivência. Pagar por um crime no encarceramento significa: a saudade,
a solidão, a loucura, às vezes o arrependimento, uma incessante tentativa de
ocupar o...
A
vida trancafiada em uma cela de presídio não é mais vida no seu sentido pleno. Passa
a ser sobrevivência. Pagar por um crime no encarceramento significa: a saudade,
a solidão, a loucura, às vezes o arrependimento, uma incessante tentativa de
ocupar os dias para que eles passem rápido. Durante alguns anos, a fotógrafa Maureen
Bisilliat se dedicou a ouvir o depoimento dos internos do que já foi o maior
presídio da América Latina — o Carandiru, e saber deles o que é essa
experiência.
—
Quando um homem é preso, vem com sua história e com o ambiente em que vivia. Ele
tenta recriar isso dentro das limitações prisionais. Por isso, se você
analisar, o Carandiru era um espaço vivo com uma arte de raiz de rua.
Essa
rotina dentro do presídio é tema da exposição Sobrevivências - uma exposição
Sobre Vivências: Carandiru, no Museu da Casa Brasileira, em São
Paulo. Os objetos da mostra foram recolhidos do presídio antes de sua demolição, em 2002.
Reportagem: Sylvia Albuquerque, do R7