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O caos no transporte público em São Paulo começou em 1° de fevereiro com o desmoronamento parcial das obras da futura estação Santa Marina, da Linha 6-Laranja do Metrô, na capital paulista. O rompimento de uma coletora de esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) causou a abertura de uma cratera na marginal Tietê, nas imediações da ponte do Piqueri. No momento do acidente, 50 funcionários trabalhavam no local. Por sorte, todos conseguiram sair em segurança.
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Inicialmente, na época, o Corpo de Bombeiros informou que o episódio ocorreu durante uma escavação feita pelo maquinário, conhecido como tatuzão. Entretanto, a Acciona — empresa responsável pelas obras da linha — afirmou que não houve nenhum choque entre a máquina e as adutoras. A tuneladora estava a 3 metros da coletora da Sabesp. Após dez meses, as causas do acidente seguem um mistério.
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No decorrer do ano, as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda também registraram sucessivas falhas, maior tempo de intervalo entre as estações e velocidade reduzida, após a concessionária ViaMobilidade assumir a operação em 27 de janeiro. Apenas nos primeiros 45 dias de gestão, as linhas apresentaram 67 falhas que resultaram em 55 horas de lentidão, segundo dados obtidos por meio de Lei de Acesso à Informação.
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Em novembro, o Ministério Público enviou ao Governo de São Paulo um ofício pedindo a rescisão do contrato de concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. De acordo com o promotores Silvio Marques e Luiz Ambra Neto, desde o início da operação, foram registrados atrasos nos trens sob a administração da ViaMobilidade por conta de falta de pessoal especializado, materiais e equipamentos.
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Em 10 de março, um trem da linha 8-Diamante chegou a colidir com uma barreira de contenção na estação Júlio Prestes, no centro de São Paulo. Na época, a concessionária ViaMobilidade informou que o sistema de freio da composição apresentou falha. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.
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Desde o ano passado, os passageiros de 60 a 64 anos vinham sofrendo com a falta de transporte público gratuito em São Paulo. Em 24 de novembro, o Tribunal de Justiça de São Paulo declarou em julgamento a inconstitucionalidade da medida da Câmara Municipal que retirou a gratuidade do transporte para essa faixa etária. Após três semanas, a Prefeitura de São Paulo retomou a concessão do benefício. Em 16 de dezembro, o Governo de São Paulo também sancionou um projeto de lei que garante a volta da gratuidade para esse público.
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Em agosto, o ex-deputado federal Valdevan Noventa, presidente do SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) foi alvo de uma operação da Polícia Civil. Segundo a investigação, o político e outros 16 diretores do sindicato são acusados de movimentar R$ 20 milhões por ano de subsídios pagos pela Prefeitura de São Paulo às empresas de ônibus. O grupo é investigado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos ou valores.