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Governo de SP ainda não venceu a crise da água e Cantareira depende de chuvas

Reserva de água do sistema deve durar até outubro, estima Sabesp

São Paulo|Do R7, com agências

Sistema Cantareira está operando apenas com o volume morto
Sistema Cantareira está operando apenas com o volume morto

O Estado de São Paulo continua vivendo a pior crise hídrica na sua história recente. Desde a última sexta-feira (11), o Sistema Cantareira, principal reservatório de água que abastece a Grande SP, está trabalhando apenas com 182,5 bilhões de litros da água do volume morto.

Estimativas feitas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) apontam que essa reserva deve durar até outubro ou novembro.

Nesse período, a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) depende que as chuvas voltem a cair no manancial, normalizando os reservatórios. Desta forma, o abastecimento estaria garantido até março de 2015.

Seca


O bombeamento com o uso do volume morto começou a funcionar em 4 de junho. Antes, a seca era tão grande, que segundo reportagem da BBC Brasil a capacidade do Cantareira chegou a 14,6% em março, mais baixo nível desde que foi criado em 1974.

Imagens de satélite mostram sistema Cantareira antes e depois do período de seca


A reportagem mostrou também que o comitê anticrise, formado pela ANA (Agência Nacional de Águas), o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), estimou que se nada fosse feito, o Cantareira se esgotaria pela primeira vez em junho.

Ainda de acordo com a BBC Brasil, a permissão para que a Sabesp retire água do Cantareira foi renovada há dez anos, quando o atual governador Alckmin ocupava o mesmo cargo. Na época, já se previa no contrato de outorga buscar formas de reduzir a dependência da região da capital, que é abastecida por outros três sistemas — o Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Claro —, em relação ao Cantareira.


Sabesp já retirou 1/4 do volume morto do Cantareira

Em entrevista à rede de comunicação mundial, a promotora Alexandra Faccioli informou que "São Paulo continua a retirar a mesma quantidade de água do que há dez anos".

— Estamos passando por esta situação porque o planejamento falhou. Não foi feito o que era necessário.

Dentre as razões que poderiam justificar essa seca está a falta de chuvas. Apesar do volume morto ter contribuído para aumentar a capacidade do sistema Cantareira, a preocupação permanece.

Reportagem da Agência Estado mostra que a Sabesp estuda repetir a estratégia no Sistema Alto Tietê, o segundo maior da Grande São Paulo.

Formado por cinco represas distribuídas entre Suzano e Salesópolis, o Alto Tietê também sofre com a grave seca e registra queda no nível de armazenamento. Nessa sexta-feira (11), estava com apenas 24% da capacidade, a mais baixa para esta época do ano na última década.

A crise no Alto Tietê se intensificou em fevereiro, logo após a Sabesp começar a remanejar cerca de 1 mil litros por segundo de água de suas represas para bairros da capital que eram atendidos pelo Cantareira. Projeções feitas por integrantes do Comitê da Bacia do Alto Tietê apontam que o volume útil do manancial pode acabar em cerca de quatro meses.

Volume morto

O volume morto é a água represada abaixo do nível das comportas da Sabesp. As obras para a captação desse volume custaram cerca de R$ 80 milhões e o bombeamento começou no dia 4 de junho, um dia após o volume útil das represas Jaguari e Jacareí zerar. Juntas, elas representam cerca de 80% da capacidade do Cantareira.

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