Sabesp já retirou 1/4 do volume morto do Cantareira
Todo o estoque do volume morto das represas de SP deve acabar até 27 de outubro
São Paulo|Do R7
Em 35 dias consecutivos de captação de água, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já retirou 26% dos 182,5 bilhões de litros do chamado volume morto do Sistema Cantareira. Até esta quarta-feira (9), segundo boletim do comitê anticrise que monitora a seca do manancial, a empresa já havia consumido 47,3 bilhões de litros da reserva profunda das represas Jaguari e Jacareí, na cidade de Joanópolis, a cerca de 100 kms da capital paulista.
As obras necessárias para a captação inédita do volume represado abaixo do nível das comportas da Sabesp custaram cerca de R$ 80 milhões, sem licitação, e as bombas flutuantes foram acionadas no dia 15 de maio pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O bombeamento, contudo, só começou, de fato, em 4 de junho, um dia após o volume útil das represas Jaguari e Jacareí zerar. Juntas, elas representam cerca de 80% da capacidade do Cantareira.
Hoje, restam 57 bilhões de litros do volume morto desses dois reservatórios. Se a queda do nível de armazenamento mantiver o mesmo ritmo, essa reserva deve se esgotar em cerca de um mês. A partir de então, a Sabesp deve começar a retirar 78 bilhões de litros do volume morto da represa Atibainha, em Nazaré Paulista, a terceira em tamanho entre os cinco reservatórios do sistema.
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Pelos cálculos mais pessimistas da Sabesp, todo o estoque do volume morto deve acabar até 27 de outubro. Nesse período, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) espera que as chuvas voltem a cair no manancial, normalizando os reservatórios. Desta forma, afirma a Sabesp, o abastecimento de água na Grande São Paulo estará garantido até meados de março de 2015.
Mais água
Diante da possibilidade de a crise de estiagem se prolongar, a Sabesp já cogita usar mais 100 bilhões de litros do volume morto do Cantareira. Ao todo, o sistema possui cerca de 480 bilhões de litros que ficam abaixo do nível das comportas da Sabesp.
A ideia enfrenta resistência da ANA (Agência Nacional de Águas), um dos órgãos gestores do manancial, ao lado do DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica), do governo do Estado. A ANA defende que a Sabesp deixe 5% da atual cota do volume morto para depois de novembro.
Conforme o Estado revelou nesta semana, análise estatística feita pelo comitê anticrise mostra que a probabilidade de o Cantareira acumular até abril de 2015 um volume de água suficiente para tirá-lo da crise é de apenas 25%.