Uma suposta quadrilha composta por 32 policiais militares e sete policiais civis foi presa, nesta terça-feira (14), suspeita de tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro nas cidades de Campinas, Sumaré, Hortolândia, Mogi Mirim, Sorocaba, Bauru e São Carlos, todas no interior de São Paulo. O grupo foi capturado após mandatos de prisão serem cumpridos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), e Corregedoria da Polícia Militar, com apoio do 2º e 3º Batalhão de Choque da PM. A operação foi batizada como "Tio Genésio".Como policiais civis se associaram ao PCC em nome de traficantes Os pedidos de prisão temporária foram expedidos pelo juiz Nelson Augusto Bernardes de Souza, da 3ª Vara Criminal de Campinas. Segundo as investigações, o grupo seria responsável por movimentar cerca de R$ 150 mil por mês com as atividades ilegais. O MP-SP aponta que para a movimentação do tráfico de drogas na região, os criminosos contavam com a participação dos policiais militares, que “em troca de vantagens indevidas omitiam-se no cumprimento de suas funções no combate ao tráfico e ainda forneciam informações a respeito de operações policiais desenvolvidas por Batalhões Regionais, pesquisas pessoais e veiculares”.MP: Policiais mantinham linha telefônica secreta com o tráfico Procurada pela reportagem, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) disse que “não compactua com desvios de conduta por parte de seus integrantes”. Segundo a pasta, os PMs presos preventivamente podem até ser expulsos da corporação. A secretaria informou que as investigações para combater a corrupção e tráfico de drogas na região começaram em janeiro deste ano. A pasta ainda afirmou que a reposição do efetivo do batalhão dos policiais que foram presos “será feita de acordo com as questões e parâmetros técnicos e estratégicos do Comando da Instituição”.MP: Policiais cobravam 'carnês' de traficantes para garantir proteção A operação contou com a participação de 320 policiais militares distribuídos em 100 carros da PM. Segundo o MP-SP, as investigações sobre o caso seguem sob em sigilo.