A principal creche de Poá, inaugurada a menos de 3 anos foi interditada por falta de manutenção e está prejudicando quase 200 crianças e pais. A creche Lídia Aparecida da Costa Barrento foi fechada no dia 20 de outubro, 6 dias depois de uma forte chuva que atingiu o município. Os pais que têm filhos na creche afirmam que o imóvel possui infiltrações, as telhas estão quebradas, os rufos de alumínio que deveriam proteger a entrada de água no prédio estão amassados e soltos. Há problemas também nas instalações elétricas por conta da exposição dos fios à umidade e às inúmeras infiltrações de água. A creche foi inaugurada no dia 29 de março de 2014 numa cerimônia que contou com o então prefeito Francisco Pereira de Sousa, secretários e correligionários. A obra custou mais de R$ 2 milhões e a creche foi entregue com uma área construída de 2,5 mil metros quadrados, na rua José Lopes Mohor, bairro Calmon Viana. O equipamento possui pátio coberto, refeitório, berçário, fraldário, lactário, brinquedoteca, videoteca, banheiros comuns e de portadores de necessidades especiais, vestiários, área de convivência, cozinha, despensa, almoxarifado, sala de atendimento, secretaria, espaço verde e playground. A população pôde desfrutar da creche por apenas dois anos e sete meses, até que o prédio fosse interditado pela Defesa Civil de Poá. Os pais afirmam que a Prefeitura não destina verbas para a manutenção. Há mais de um ano, ainda segundo os moradores da região, a creche sofre com problemas de inundação e a cada chuva os danos são maiores porque os reparos simplesmente não são realizados. A Prefeitura de Poá, segundo os pais, fez um esquema emergencial para realocar as crianças em outras creches do município, mas a solução desagradou a todos. Algumas crianças foram enviadas para creches que ficam longe do endereço onde moram. Alguns irmãos, que antes estudavam na mesma unidade, agora estão em prédios diferentes. Kátia Lopez é mãe do Miguel de 4 anos e lamenta profundamente a interdição da creche Lídia Aparecida da Costa Barrento. Ela não aceitou a opção da Prefeitura de enviar o menino para outro local. A distância e a adaptação com outras crianças pesou na decisão de Kátia, que pediu à mãe, Sônia Pacheco, para cuidar do neto. — É um absurdo acontecer isso com a gente. Merecemos respeito. Muita gente está sendo prejudicada por incompetência daqueles que não conseguem gerir os recursos e fazer a manutenção do prédio. Situação semelhante aconteceu com Rita de Fátima da Silva Lisboa, que tem um bebê de 1 ano e 6 meses e estava no berçário da creche Lídia Aparecida da Costa Barrento. Rita trabalha o dia todo e não tem com quem deixar o filho. Ela precisou recorrer ao ex-marido, que mora em Ferraz de Vasconcelos, cidade vizinha a Poá, para ficar com o pequeno Thiago. — É um descaso absoluto. Os pais do berçário simplesmente ficaram na mão, pois a Prefeitura não tem outra creche para encaminhar os bebês. Na quarta-feira, 27 de outubro, vereadores do município de Poá se reuniram com representantes da Construtora Suzuki, responsável pela obra, para definir um cronograma de reformas. O compromisso da Prefeitura era entregar a creche no dia 7 de novembro, mas o prazo, considerado irreal pelos pais, foi postergado em uma semana. A Prefeitura de Poá informou que as 190 crianças foram transferidas para outras unidades cuidadoras e que as obras da creche Lídia Aparecida da Costa Barrento devem ser concluídas até o dia 14 de novembro. Sobre as denúncias de falta de manutenção na creche, a Secretaria de Educação do município alegou que a responsabilidade é da Aldeias Infantil SOS, organização não governamental que tem contrato com Prefeitura de Poá para gerenciar a creche. Agência Record entrou em contato com a Aldeias Infantis SOS que enviou uma nota, nesta-segunda-feira (7), alegando que a responsabilidade pela estrutura do edifício é da Prefeitura de Poá, pois o convênio estabelece apenas a manutenção interna e a limpeza da creche.Leia mais notícias de São Paulo