Ginásio do Ibirapuera
Governo de SP/DivulgaçãoO Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) determinou o tombamento provisório do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, que inclui o Ginásio do Ibirapuera, um estádio e outros equipamentos na área.
A decisão do órgão, ligado ao Ministério do Turismo, é uma derrota para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que concorre nas prévias do seu partido para tentar se candidatar à Presidência em 2022 e planeja conceder à iniciativa privada o complexo esportivo do Ibirapuera. Com o tombamento, eventuais interessados em administrar a área poderiam fazer poucas modificações nos espaços.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (4). O tombamento abrange o Ginásio Geraldo José de Almeida, ou Ginásio do Ibirapuera; o Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro; o Estádio Ícaro de Castro Mello; o Conjunto Aquático Caio Pompeu de Toledo; o Palácio do Judô; quadras de tênis; e prédios de administração.
A decisão prevê que o proprietário tem 15 dias para pedir a impugnação do tombamento. Não havendo manifestação em contrário, o tombamento se torna definitivo. A área pertence oficialmente à Prefeitura de São Paulo, ainda que o governo estadual seja o responsável pela administração.
A concessão do espaço à iniciativa privada é polêmica. Atletas e frequentadores dos espaços já se posicionaram de forma contrária. Arquitetos e urbanistas defendem o tombamento para que não haja alterações significativas de um espaço simbólico da cidade. Isso porque o projeto do governo estadual prevê a possível construção de um shopping onde hoje está o Ginásio do Ibirapuera. Já o local do estádio serviria para a construção de uma arena multiúso.
O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão estadual do patrimônio histórico, já rejeitou abrir um processo de tombamento do complexo.
O Governo de São Paulo afirmou que tomará todas as medidas, "sejam elas administrativas ou judiciais", para reverter a decisão do Iphan", considerando que não há qualquer fundamento que ampare o tombamento provisório das instalações do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães.