Detentos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde estão as lideranças da facção criminosa PCC, queixaram-se do espaço na unidade prisional destinado a visitas íntimas durante visita de integrantes da CPI do Sistema Carcerário Brasileiro, afirmou o deputado Major Olímpio (PDT-SP), um dos integrantes da comitiva. — Em comparação com Pedrinhas, no Maranhão, que também visitamos recentemente, o presídio de Venceslau tem uma estrutura excelente. O presídio não está superlotado. Mas a questão da visita íntima é complicada. Eles [os detentos] dizem que, na cela, onde ficam a nove presos, alguns presos têm visita íntima ao mesmo tempo em que crianças visitam outros detentos. O deputado afirma que, nessas condições, seria melhor acabar com as visitas íntimas. — [A visita íntima] é uma solução brasileira para aliviar a tensão nas cadeias. É como jaboticaba: só tem no Brasil. Mas traz muitos problemas. Inclusive para a segurança da visita. Já houve caso de visita estrangulada pelo preso. Ou seja: em nome da intimidade, uma moça foi morta dentro de um local onde o Estado deveria zelar pela segurança. Major Olímpio afirmou, porém, que a CPI pretende visitar unidades prisionais em todos os Estados para, em seguida, formular propostas de mudança na legislação para tornar mais eficiente o sistema prisional brasileiro. — Para realmente chegarmos a uma proposta, precisamos fazer esse caminho. Queremos chegar a medidas eficazes, que melhorem o sistema prisional. Além de Major Olímpio, participaram da visita os deputados Alberto Fraga (DEM-DF) e Wherles Rocha (PSDB-AC). Havia a previsão de que a comitiva ouvisse, nesta sexta-feira (3), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo Ministério Público como líder do PCC. Mas a audiência foi suspensa. Os deputados consideraram que a entrevista poderia reforçar o poder de Marcola entre os detentos. Outros detentos, incluindo lideranças da facção, porém, foram ouvidos. A comitiva visitou também o CRP de Presidente Bernardes, presídio com regime disciplinar mais duro do Estado, onde está detido Marcos Paulo da Silva, o Lúcifer, fundador da facção Cerol Fino, cuja violência tem provocado apreensão de detendos agentes penitenciários. O caso foi revelado pelo R7 em fevereiro.Leia mais notícias do R7 em São Paulo