A Polícia Civil de São Paulo investiga atuação de um homem suspeito de roubar e abusar sexualmente de pelo menos seis mulheres no transporte público da capital paulista. Segundo o relato de uma jovem ao programa Cidade Alerta, da Record TV, o criminoso obriga as vítimas a fingir que são namorados para disfarçar a ação, efetuar saques em caixas eletrônicos e depois assediá-las. A universitária, de 21 anos, que não revelou a identidade por questões de segurança, disse que o ataque ocorreu por volta das 16h30, durante o trajeto de casa para a faculdade. A jovem notou que era seguida ao realizar uma baldeação no Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, na zona sul da cidade.Leia também: Jovens denunciam assédio sexual em ônibus na zona oeste de SP Após passar pela catraca, a estudante sentou-se na parte traseira do coletivo. O suspeito ficou próximo à vítima, fez uma pergunta sobre o itinerário e, em seguida, apontou uma arma. Então, o homem mandou que ela se sentasse ao lado da janela e disse que precisava de R$ 500,00 para pagar uma dívida. "Ele perguntava se tinha algo [dinheiro ou pertences] no meu corpo. Se aproveitou, colocou a mão na minha roupa e me apalpou", relembrou. "Pensava que tinha que sobreviver. Ele ficava falando o tempo todo que eu iria morrer. Se não fizesse o que ele queria, não iria sobreviver. A única coisa que pensava era em fazer tudo o que ele mandar para conseguir sair viva", desabafou a estudante, que passou cerca de duas horas em poder do sequestrador. Enquanto estava dentro do ônibus, a jovem foi obrigada a enviar uma mensagem para o namorado com um pedido de dinheiro. A intenção do criminoso era obter uma transferência bancária e fazer o saque em uma lotérica. Ela tinha que fingir ser namorada do suspeito. Era forçada a abraçá-lo e beijá-lo na boca. Após descer ônibus, ambos foram até duas lotéricas e uma agência bancária na região central da cidade, mas não conseguiram sacar a quantia. Depois disso, a universitária foi levada para uma praça, na proximidades do Terminal Dom Pedro II, na região central, onde ocorreram novos abusos. O sequestrador também ficou com o cartão bancário da vítima e ameaçou persegui-la novamente, caso acionasse a polícia. "Pediu o meu documento e disse que se eu bloqueasse cartão, iria atrás de mim onde estivesse. Ele pegou o endereço de onde estudo, lugares onde frequento, para me ameaçar e [para] eu não bloquear a cartão", revelou a jovem. Durante todo o tempo em que estava subjugada, a garota disse que algumas pessoas observavam as atitudes dela e do suspeito, mas ninguém interveio para averiguar a situação. "Não consegui pedir ajuda. [Depois de solta] comecei a me exaltar. Fui direto para o terminal [de ônibus] e, de lá, encontrar o meu namorado no trabalho", completou. A vítima desconfia que o homem tenha uma cúmplice no planejamento dos crimes. "No caminho, ele quis tirar uma selfie. Nesse momento, ele enviou [a foto] para um pessoa chamada Vanessa e disse 'olha o que estou fazendo, sou vida loka, não duvide do que posso fazer'". Na delegacia, a estudante descobriu que a polícia já possuía um retrato falado do criminoso, suspeito de outras abordagens com o mesmo "modus operandi". A vítima o identificou por meio de fotos de redes sociais e uma tatuagem com a imagem de um morcego em uma das mãos.