Manifestantes protestam nesta quinta-feira (12) contra o aumento da tarifa do transporte público na modalidade integração (ônibus e trilhos), nos bilhetes mensal e semanal na capital paulista e nos terminais de ônibus intermunicipais. Organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o ato teve início na Praça do Ciclista e seguiu em passeata pela avenida Rebouças. Os manifestantes pretendiam chegar à casa do prefeito de São Paulo, João Doria, no Jardim Europa. A Polícia Militar, no entanto, impediu que a manifestação chegasse ao destino. Um bloqueio da PM fez com que o movimento terminasse o ato por volta das 20h30. Após descer a avenida Rebouças, o MPL pretendia pegar a avenida Brigadeiro Faria Lima, mas foi impedido pela polícia, sendo obrigado a entrar na avenida Brasil. No encontro da avenida Brasil com a rua Colômbia o protesto foi novamente impedido de prosseguir. Segundo representante do MPL, a polícia "envelopou" os manifestantes, não deixando alternativa para passagem. Durante o ato, ao menos duas agências bancárias foram depredadas — uma do Banco do Brasil e uma do Santander. Antes do ato, integrantes do movimento disseram que, apesar de o aumento ter sido judicialmente suspenso, o grupo não sairá das ruas até que o governador e o prefeito recuem da decisão de aumentar as tarifas. "Ao aumentar as tarifas em mais que o dobro da inflação, Doria e Alckmin [Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo] penalizam a população mais pobre da cidade, pessoas que moram em lugares afastados justamente por não ter condições de morar em regiões centrais", diz o MPL na carta de convocação do protesto. De acordo com o movimento, o aumento institui uma cobrança proporcional no sistema de transportes: paga mais quem percorre maiores distâncias. "Tal lógica vai na contramão da condição de direito social do transporte público, reconhecido constitucionalmente. Ao cobrar mais caro dos mais pobres, prefeito e governador agem deliberadamente para a expulsão dessas pessoas da cidade, restringem seu direito de acesso a todos os equipamentos urbanos fundamentais à sobrevivência, como escolas e hospitais, o que na atual crise econômica torna as condições de vida exponencialmente mais agravantes", diz o MPL. A reportagem entrou em contato com a prefeitura de São Paulo e a Secretaria de Transportes Metropolitanos, do governo estadual, e aguarda resposta. A secretaria argumenta que o governo buscou a fórmula que beneficia a maior parte dos usuários do transporte metropolitano e que, ao mesmo tempo, preserva a saúde financeira do sistema, recompondo a inflação do período.Leia mais notícias de São Paulo