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Golpe da fruta, da mortadela, do Pix, sequestros, estelionato emocional e sexual e golpes em aplicativos de relacionamento. Você já deve ter ouvido falar nessas estratégias criminosas para obter vantagens ilícitas de consumidores ou usuários de serviços em plataformas digitais. Esses golpes vêm crescendo exponencialmente em São Paulo. O R7 detalhou como ocorre cada uma dessas armadilhas, bem como sugere dicas de proteção para evitar ser vítima de uma dessas práticas. Acompanhe a seguir
Montagem R7
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O Mercado Municipal de São Paulo, conhecido popularmente como Mercadão de SP, tornou-se alvo de inúmeras denúncias feitas por visitantes que relatam ter caído no golpe da fruta, aplicado por comerciantes do local. As denúncias vêm sendo realizadas por meio das redes sociais e em páginas da internet destinadas a queixas
Edu Garcia
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O Mercadão é um dos pontos turísticos mais conhecidos de São Paulo pela gastronomia composta principalmente de frutas exóticas e comidas brasileiras típicas, como sanduíches com mortadela, mercadorias a granel e pastéis. Turistas de todas as cidades brasileiras e até de fora do país relatam visitas ao local para experimentar a diversidade gastronômica no espaço. No entanto, recentes denúncias exigem que os consumidores fiquem alertas
Divulgação/Prefeitura de São Paulo
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Na maioria das queixas, as pessoas dizem ser bem atendidas por funcionários de barracas e descrevem abordagens atenciosas em que os comerciantes oferecem gratuitamente frutas bonitas e diversificadas. Enquanto isso, segundo relatos, os vendedores montam bandejas e coagem os clientes a comprar os produtos por valores entre R$ 300 e R$ 500. Caso se neguem a comprar, as pessoas são tratadas mal, ofendidas e, em alguns casos, ameaçadas
Edu Garcia
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Na quinta-feira (17), cerca de 20 fiscais do Procon São Paulo fizeram uma operação no Mercadão com o objetivo de apurar as denúncias dos clientes que disseram ser coagidos a comprar frutas por alto preço. O Procon-SP afirma que a tática é abusiva e infringe diversos princípios do Código do Consumidor. O órgão acrescenta que amostras oferecidas pelos estabelecimentos não podem ser cobradas e o preço dos objetos deve estar sempre explícito para os clientes
Edu Garcia
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Fiscais do Procon-SP investigam o golpe da mortadela, também no Mercado Municipal de São Paulo. Novas denúncias relatam que comerciantes estariam dizendo utilizar determinadas marcas, mas comercializam outras de qualidade inferior. O órgão afirmou que está atento aos locais que vendem sanduíche de mortadela para verificar se a qualidade do produto comercializado corresponde ao que é informado ao público consumidor pelo local
Edu Garcia
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“Recebemos também denúncia com esse teor e vamos verificar nas próximas operações; a qualidade do produto vendido deve ser a mesma que o estabelecimento informa ao público”, disse Fernando Capez, diretor-executivo do Procon-SP, sobre o chamado golpe da mortadela no Mercadão de São Paulo
Edu Garcia
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Os fiscais verificaram 17 estabelecimentos denunciados pelo golpe da fruta. Apesar de a ação não ter flagrado a prática, 11 locais foram autuados por desrespeitar a legislação. As irregularidades encontradas foram: venda de frutas importadas com o prazo de validade vencido e sem conter os dados do importador, falta de informações sobre o preço de forma precisa e adequada (o valor não fazia referência à unidade de medida e não havia informação sobre o preço ser por unidade, quilograma ou grama) e não disponibilização ao público de um exemplar do CDC (Código de Defesa do Consumidor)
Divulgação/Procon-SP
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Na internet, também cresce o número de golpes praticados. As ações vão desde perseguições e ameaças até latrocínios e homicídios. Todos eles, porém, contam com o mesmo facilitador: as plataformas virtuais que ajudam a promover encontros para relacionamento. “Com a pandemia, as pessoas tiveram necessariamente que se manter isoladas para evitar a contaminação, e a paquera migrou para meios virtuais. Com essas abordagens, surge o perigo porque as pessoas fingem ter outras personalidades, forjam características e imagens que não existem”, explica Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo
Pixabay
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O caso recente do piloto de helicóptero Maurício Norberto Bastos, de 52 anos, que marcou um encontro por meio de aplicativo de relacionamento e morreu após um assalto na zona oeste de São Paulo, demonstra a dinâmica desse tipo de crime. Maurício estacionou seu carro, um Mercedes-Benz avaliado em R$ 50 mil, e foi perseguido por outro veículo. Momentos depois, o piloto tentou fugir, mas morreu baleado
Arquivo pessoal
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Para se roteger desse tipo de golpeencontros ocorram em locais públicos e que sejam feitas chamadas de vídeo para confrontar a imagem da pessoa com as fotos disponibilizadas nas redes sociais. “O que acontece normalmente é que as vítimas falam ‘bem que eu suspeitei’, mas infelizmente é muito comum que caiam nesse encantamento virtual”, explica Tárcio Severo, delegado de polícia titular da 3ª Delegacia Antissequestro de São Paulo. Para que os encontros virtuais não sirvam à criminalidade, a delegada Raquel Gallinati recomenda pesquisar o perfil dos usuários em redes sociais abertas e compartilhar fotos com amigos
Alto Astral
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O estelionato sexual e emocional também ganhou força com o aumento do uso de sites de relacionamento na pandemia. Essa modalidade se caracteriza quando há abuso de confiança, conquistada por uma relação de afeto, para obter alguma vantagem ilícita. O estelionatário explora os sentimentos que a vítima nutre por ele por meio da manipulação ou coação para ganhar presentes, dinheiro, imóveis e outros bens
Reprodução/RicMais
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O número de golpes que envolvem transações com o Pix também explodiu em São Paulo. A ferramenta de pagamentos e transferências instantâneas, pensada para facilitar as transações pelo meio digital, exige atenção redobrada para que os usuários não se tornem vítimas de grupos cada vez mais especializados nessa modalidade de delito. Tárcio Severo aconselha que os usuários entrem em contato com seus gerentes bancários e estabeleçam um limite de valor para o Pix e outras formas de transferência
Reprodução/ Agência Record
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Outra orientação do delegado é que se evite demorar ao sair de casa dirigindo, bem como ficar por muito tempo parado com o veículo na rua com os faróis acesos ou falando ao celular, “que propiciam uma vulnerabilidade”. “Criminosos gostam de facilidade, então preferem essas vítimas que não vão conseguir esboçar reação ou tentativa de fuga do local”, diz Severo. Às vítimas de sequestro-relâmpago, Severo orienta que a primeira ação após o crime deve ser informar o ocorrido à polícia “em todos os casos”. Posteriormente, o cliente deve procurar o banco de cuja conta teve os valores subtraídos
Marcello Casal/ Agência Brasil
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Além da configuração de limites do Pix, são necessários cuidados com a senha do banco, como não utilizá-la para outros apps nem anotá-la em meios digitais (celular ou computador). Em relação a pedidos de dinheiro por aplicativos de mensagem, como o WhatsApp e o Telegram, é comum que golpistas clonem as contas para fazer vítimas entre os familiares e amigos do real dono da conta. A orientação é nunca transferir dinheiro para esse tipo de remetente. O ideal é telefonar antes para a pessoa para confirmar se ela realmente fez o pedido
RAFAEL VIEIRA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO-27/12/2021