Enchentes foram citadas por 42% dos entrevistados
Edu Garcia/R7A percepção de que é preciso haver articulação entre políticas municipais, estaduais e federais para resolver os desafios ambientais na cidade de São Paulo (SP) é comum a 86% dos paulistanos, como revela pesquisa da Rede Nossa SP.
O estudo perguntou à população da capital paulista quais são os principais problemas relacionados ao meio ambiente no município. Assim como em 2021, a poluição do ar, dos rios e as enchentes foram as respostas mais citadas, respectivamente, por 57%, 57% e 42%.
Praticamente sete em cada dez entrevistados disseram que os problemas ambientais da capital paulista são causados por ação humana.
Os 69% são algo a se ressaltar positivamente, avalia Jorge Abrahão, coordenador-geral da Nossa SP. “É um grande grupo fazendo essa associação, até porque há um negacionismo em relacionar as duas coisas, em entender que o problema vem do ser humano”, afirma.
Acerca da articulação entre diferentes esferas do poder público, Abrahão não acredita, neste momento, na concretude dessa possibilidade.
“Vejo dificuldade porque temos um governo federal que não tem essa relação forte com isso. Não tem a pauta ambiental como relevante”, diz o coordenador, que faz uma ressalva mais otimista: “Há a sinalização da sociedade dizendo que isso é importante. Os recursos e processos de regulamentação começam no [âmbito] federal e vão avançando para os outros espaços. É dessa articulação que precisamos”.
Do total, oito em cada dez consideram que os impactos dos problemas ambientais vão contribuir para a falta de alimentos básicos, água e energia, e veem riscos maiores para as camadas mais pobres, os moradores de periferia e as pessoas em situação de rua.
A pesquisa também solicitou aos entrevistados quem a população entende como responsável pelos problemas ambientais de São Paulo.
As três esferas do governo foram citadas quase em igualdade: governo federal, por 85%, governo estadual, por 87%, e municipal, por 88%.
A maioria dos respondentes também cita as empresas e indústrias (69%) e a população de maior renda (53%).
Entre as soluções apresentadas para a capital paulista, 41% dos entrevistados indicaram a despoluição dos rios e córregos, 36% apontaram uma maior fiscalização e aplicação de multas pelo poder público acerca do lançamento de esgoto nos rios e córregos.
Três quartos dos paulistanos sentem que as mudanças climáticas lhes afetam muito a qualidade de vida, e 68% disseram ter muita preocupação com esse tema.
O número baixa para quatro em cada dez paulistanos quando a questão se trata da percepção de que há problemas efetivos causados pela crise ambiental, como a extinção de florestas, a baixa umidade do ar, mudanças repentinas de temperatura e alagamentos.
Três quartos (76%) avaliam que o Brasil está perdendo credibilidade internacional a respeito de sua atuação no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas.
Diante desse problema, por fim, quatro em cada dez citaram ações de preservação das florestas e de áreas verdes, bem como o plantio de árvores, como as possíveis soluções.