Em meio a encontros inspiradores, tecnologia educacional de ponta e milhares de visitantes no Expo Center Norte, em São Paulo, o autor Pedro Bandeira, um dos mais renomados da literatura infantojuvenil brasileira, se destacava no estande da Santillana Educação, na Bett Brasil 2025. Entre os dias 28 de abril e 1º de maio, o dono de títulos, como A Droga da Obediência e Pântano de Sangue, participou de sessões de fotos, autógrafos e diálogos com educadores e leitores de várias gerações.“A escola é a única esperança!”, declarou o autor em entrevista exclusiva ao R7, ao reforçar a urgência de valorizar o papel dos professores e da leitura na formação crítica dos jovens. “Hoje, estamos trabalhando com pacientes terminais. Se a educação brasileira fosse um hospital, só teria UTI”.Durante o bate-papo, Pedro Bandeira se mostrou comovido com o impacto duradouro de sua obra mais famosa: A Droga da Obediência, publicada pela primeira vez há quase cinco décadas: “O livro que fica além de uma geração, chamo de clássico. Ele está há quase 50 anos vivo, e com a terceira geração lendo. Significa que o seu conteúdo é humano”, comentou.“Ele aborda temas atuais, liberdade, democracia, do jovem tentando despertar… Então, deu certo. Muito bacana isso, uma delícia”, completou o autor.Mesmo diante dos desafios impostos pela era digital, o autor mantém firme sua crença na força da literatura. “Se os livros perderem [para os celulares e redes sociais], acaba o mundo! O mundo é feito de perguntas, tudo está escrito. Se você não souber respondê-las, como vai fazer da vida?”, alertou, ao citar os riscos da baixa alfabetização e da falta de compreensão textual entre estudantes do ensino médio.Ao ser questionado sobre como os professores podem estimular o hábito da leitura, Pedro foi direto: “Tem que ler em quantidade, não pensar só em qualidade. Um livro bom é aquele que você gosta! E o mais importante é a língua portuguesa, porque tudo está escrito. Se o aluno ler mal, vai mal em história, em tudo. Na minha opinião, toda escola deveria ter uma ‘professora UTI’, para cuidar dos alunos que estão muito atrás, com atenção especial”.Para ele, literatura é uma ponte entre diversão e aprendizado: “Treinar literatura não é chato. Autores como eu oferecemos coisas engraçadinhas, divertidas, misteriosas… Fica divertido treinar leitura. Lendo, nós temos a chave para qualquer coisa”.O autor também revelou uma novidade: está finalizando seu primeiro projeto voltado para o público adulto: “Já está com quase 400 páginas. A ideia era fazer algo leve e com muito humor”, conta Bandeira, explicando que a sua inspiração vem do teatro e da paixão que tem por Machado de Assis, especialmente Dom Casmurro.Com o tema Inovação com Propósito: Educação em Diálogo com as Transformações Sociais, a Bett Brasil 2025 reforçou a necessidade de unir tradição e modernidade na educação. A participação de Pedro Bandeira simbolizou justamente isso: o elo entre a força dos livros e os desafios do futuro — um futuro que, segundo ele, passa necessariamente pela escola.