PF e Receita Federal miram grupo especializado na extração e no comércio ilegal de ouro
São 52 mandados de busca e apreensão cumpridos em nove estados. Justiça determinou bloqueio de R$ 614 milhões em bens
São Paulo|Do R7
A Polícia Federal e a Receita Federal realizam, nesta terça-feira (28), a Operação Lavagem de Ouro, para coibir a lavagem de dinheiro por parte de uma organização criminosa com atuação na extração e comércio ilegal do mineral.
A partir de representação da Polícia Federal, foram expedidos pela Justiça Federal em São Paulo 52 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos líderes do grupo investigado e aos principais intermediários atuantes na lavagem de ativos.
Os mandados foram cumpridos em nove estados: São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Pará, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rondônia — e também no Distrito Federal —, com participação de 208 policiais federais e 14 auditores da Receita Federal.
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A Justiça Federal determinou o bloqueio de contas de 40 investigados, no valor de até R$ 614 milhões. Foram apreendidos, até o momento, aparelhos de telefonia móvel e computadores dos investigados, documentos relacionados ao comércio ilegal, além de ouro em diversos endereços.
Investigação
Segundo a Receita Federal, a organização é formada por empresas exportadoras, fornecedores e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, cujos sócios pertencem a um mesmo grupo familiar e já foram alvo de operações anteriores.
Emirados Árabes Unidos, Suíça, Turquia e Índia são os principais destinos do ouro exportado por duas empresas do grupo que, no período investigado, estão entre as maiores exportadoras do minério no país.
A Receita Federal também identificou uma pessoa jurídica como sendo a grande destinatária de notas fiscais emitidas por empresas de fachada. Há indícios de que as notas foram usadas para dar aparência legal à origem do ouro exportado.
Durante a investigação, outros indícios de fraude foram identificados, como o uso de pessoas falecidas há mais de dez anos, indicadas como vendedores de ouro de supostas regiões de garimpo, pessoas que venderam milhões em ouro e receberam auxílio emergencial, além da própria venda do mineral a empresas não autorizadas pelo Banco Central.
Os crimes apurados são de lavagem de ativos, receptação qualificada, falsidade ideológica, redução do pagamento de tributos federais, uso de expediente para dificultar a ação fiscalizadora ambiental do poder público por meio da omissão no pagamento de compensação financeira pela exploração de recursos minerais, além de promoção de organização criminosa e usurpação de bem mineral da União.