A reportagem do R7 presenciou três policiais do COE (Comando de Operações Especiais), da PM, discutindo a possibilidade de disparar para dentro da favela do Moinho a partir de um apartamento vizinho. "O cara não vai deixar atirar de dentro da casa", disse um dos policiais aos colegas, enquanto apontava para dois edifícios com entrada pela rua Eduardo Prado. Em seguida, os policiais passaram a fotografar, de cima do viaduto, ruas da favela do Moinho e gesticular sobre uma possível ação. Foi possível ouvir ainda os três agentes falarem sobre os “melhores ângulos.”Nesta terça-feira (27) policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) assassinaram um jovem de 19 anos no local. Um dos policiais portava um fuzil e outro permanecia com uma pistola em mãos. Uma viatura, com mais dois policiais, estacionou no meio do viaduto Orlando Murgel. A reportagem do R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa da SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo e da Polícia Militar com as seguintes perguntas: 1 - O comando do COE na região determinou tal procedimento? 2 - Se não determinou, o comando do COE na região teve conhecimento de tal procedimento? 3 - Tal procedimento é algum tipo de procedimento operacional padrão do COE? 4 - Caso tal procedimento seja um procedimento operacional padrão do COE, que circunstância o motivou (já que na região estavam previstos um velório e uma manifestação)? 5 - Qual é a avaliação da PM sobre tal procedimento? 6 - Se a avaliação é de que tal procedimento foi incorreto, os PMs envolvidos podem sofrer que tipo de sanção? Eles foram identificados? Em nota, a PM informa que "em nome da transparência que lhe é peculiar, que o respectivo pedido de informação não oferece tempo hábil para o devido levantamento acerca do fato noticiado". "Em respeito ao internauta do R7, encaminharemos a demanda ao Comando de Policiamento de Choque, e responderemos, dentro da razoabilidade, assim que dispusermos dos dados a respeito", diz a nota.