O sistema Cantareira, que abastece toda a região metropolitana de São Paulo, opera com 39,2% da capacidade nesta segunda-feira (18). O número corresponde a uma queda de cinco pontos percentuais em um mês, considerando que no dia 18 de outubro desse ano, o sistema operava com 44% de sua capacidade.Leia mais: Reservatório do Sistema Cantareira volta a ficar abaixo de 50% O superintendente de Produção de Água da Região Metropolitana da Sabesp, Marco Antonio Lopez Barros, afirmou que, apesar da queda na comparação mensal, a partir do mês de novembro será possível perceber uma recuperação do nível de água para os próximos meses. “Até o mês de setembro era um período mais seco. Em novembro, a expectativa é de recuperação”, afirmou. “A partir de dezembro, os níveis começam a subir.” De acordo com a Sabesp, quando o índice está abaixo de 40%, o estado é considerado de atenção. Entre 40% e 60% da capacidade de funcionamento, o estado é considerado de alerta. Entre 30% e 40%, de atenção. Segundo Barros, o patamar é avaliado no último dia do mês. Quando o sistema está em alerta, o limite máximo de água é de 31 mil litros de água por segundo. No estado de atenção, 27 mil litros de água por segundo. "A retirada atual já tem sido inferior: 25 m³/s."Leia mais: Nível do Cantareira acende alerta para novo desabastecimento "Historicamente, nos meses de novembro, os níveis próximos de 40% são considerados normais e esperados para esse período do ano. Se fosse em fevereiros seriam considerados baixos", diz Barros. "Há uma boa perspectiva de recuperação para o começo do ano até o mês de março", afirma ele. O sistema da Cantareira fornece água para 7,5 milhões de pessoas que vivem na região metropolitana. O abastecimento inclui as regiões norte, central e leste e oeste, além de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Barueri, São Caetano do Sul e Guarulhos. “A previsão aponta uma recuperação do sistema. Espera-se que o sistema termine o período de chuvas próximo de 60% da capacidade. Essa situação garante as operações normais para o ano que vem”, afirma Barros. O volume de cada uma das cinco represas que foram o sistema da Cantareira, explica ele, varia de acordo com a necessidade da operação. “O volume de cada uma pode ser aumentar ou diminuir de acordo com a necessidade do sistema. Deixamos as reservas distribuídas pela represa.”Crise e racionamento O superintendente da Sabesp descartou a possibilidade de racionamento de água para o fim e o início do ano. “Posso garantir que não temos nenhuma perspectiva de racionamento, se tiver alguma possibilidade de estiagem, teríamos capacidade de operar. A diferença é que teríamos que fazer um plano para abastecimento no ano que vem." O superintendente afirmou ainda que a Sabesp não teria dificuldades em enfrentar uma crise semelhante à que viver entre os anos de 2013 e 2014. Segundo ele, houve mudanças no sistema produtor de água bruta, transferência de águas entre represas e interligação na região metropolitana para flexibilizar o abastecimento. “Isso não conseguíamos fazer antes da crise. Temos muito mais armas para enfrentar do que naquele momento. Não temos o mesmo risco." No entanto, Barros disse também que a região metropolitana não é mais "tão dependente" do Sistema Canteira. Apesar disso, ressaltou ainda que é importante manter a cultura de uso racional da água que se desenvolveu anos de crise e racionamento.