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Adesivo para Alzheimer chega no SUS com dois anos de atraso

Rivastigmina em forma de adesivo começou a ser distribuído neste mês de junho, mas incorporação ao SUS aconteceu em 2016

Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7

Rivastigmina chegou este mês ao SUS em forma de adesivo
Rivastigmina chegou este mês ao SUS em forma de adesivo Rivastigmina chegou este mês ao SUS em forma de adesivo

No Brasil,mais de 1 milhão de pessoas sofrem com o mal de Alzheimer, brasileiros que, a partir deste mês, têm mais uma opção para tratar os sintomas da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Já está sendo distribuída em todo o país a substância rivastigmina em forma de adesivo transdérmico – adesivo para colar na pele.

A substância é considerada por especialistas um avanço no tratamento, o problema é que ela chega com dois anos de atraso.

A medicação foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2016, mas só agora, em 2018, o Ministério da Saúde fechou o contrato de compra.

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A rivastigmina não é uma droga nova. Ela chegou ao Brasil há 20 anos, em 1998. Há cerca de dez anos foi aprovada a comercialização na forma de adesivo e só agora passa a ser distribuído de forma gratuita pelo SUS.

De acordo com o Ministério da Saúde, a demora aconteceu por uma necessidade burocrática. Depois que um medicamento é incorporado ao SUS, representantes dos governos municipais, estaduais e federal precisam se reunir para decidir como vai acontecer a compra dos remédios, se pelo ministério ou pelos governos locais. Esta decisão levou quase dois anos para ser discutida e acertada.

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Apesar do longo tempo de espera, o neurologista Rodrigo Rizek Schultz, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), considera a chegada da substância na rede pública um avanço.

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“Há algumas vantagens em administrar adesivos no lugar de comprimidos. A primeira delas é o fato de alguns pacientes não gostarem de tomar comprimidos. São pessoas idosas, é uma geração que não aceita isso muito bem. Além disso, alguns pacientes tomam muitos remédios para muitos problemas como diabetes, colesterol, pressão. Com o adesivo, a pessoa responsável por controlar a medicação vai ter certeza que ela não foi esquecida”.

Adesivo libera medicação
Adesivo libera medicação Adesivo libera medicação

De acordo com o neurologista, outro efeito positivo é a diminuição dos efeitos colaterais. Isso acontece porque a substância é liberada aos poucos, ao longo de 24 horas (no caso dos adesivos diários) e a absorção é feita pela pele, não pelo estômago, como acontece com os comprimidos.

“Qualquer remédio pode causar efeitos adversos. Quando você administra a substância via pele, a liberação é diferenciada e isso minimiza os efeitos. Sem contar que a medicação é liberada de forma contínua, não existem picos da substância no organismo e não existe o risco de o paciente atrasar o comprimido e ficar sem a medicação por algumas horas”, destaca Schultz.

O especialista também lembra o fato de que, mesmo que o paciente consiga tolerar os efeitos colaterais da medicação, esse é um tratamento que dura muitos anos e que “eliminar o desconforto é melhor”.

Mal de Alzheimer representa 70% dos casos de demência

No mundo, estima-se que 47 milhões de pessoas sofram de demência e, a cada ano, cerca de 10 milhões de novos casos são registrados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a o mal de Alzheimer é responsável por 60% a 70% dos casos de demência.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a doença impacta a vida de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas. E a tendência é de que o cenário seja ainda mais desafiador nos próximos anos. Isso porque, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa no país deve triplicar até 2050, o que deve fazer com que o número de casos de Alzheimer aumente na mesma proporção.

Segundo a OMS, apesar de ser uma doença que incide principalmente sobre pessoas idosas, o aparecimento de sintomas antes dos 65 anos de idade representa cerca de 9% dos casos.

A doença está associada ao aparecimento anormal de placas senis no cérebro, decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide. Além disso, está relacionada a emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau.

No início, os sinais da doença podem ser sutis, mas são agravados com o tempo. Entre os principais sintomas estão a dificuldade de lembrar acontecimentos recentes, discurso vago durante as conversações, demora em atividades rotineiras, esquecimento de pessoas e lugares conhecidos, deterioração de competências sociais e imprevisibilidade emocional.

Tratamento impede avanço da doença

A doença de Alzheimer não possui cura. No entanto, se diagnosticada no início, o tratamento adequado ajuda a impedir o avanço e amenizar os sintomas. Além disso, atividades cognitivas, sociais e físicas beneficiam a manutenção de habilidades mentais e favorecem sua funcionalidade.

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De acordo com a Constituição Federal, o sistema público de saúde deve fornecer o acesso gratuito ao tratamento completo para a doença.

Para isso, o paciente deve procurar seu médico para orientá-lo no processo de obtenção do medicamento. De acordo com o Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento do Ministério da Saúde, geriatras, neurologistas, psiquiatras ou qualquer médico especialista no tratamento de demências pode prescrever medicações para o tratamento de Alzheimer.

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