Técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se reuniram na manhã desta terça-feira (29) com representantes do Instituto Butantan para tratar do estudo clínico da ButanVac, imunizante contra covid-19 desenvolvido pelo centro de pesquisa paulista. Em nota, o órgão regulador afirmou que "o objetivo foi avaliar os dados apresentados pelo Instituto, que estão sendo levantados antes do início da aplicação da vacina em seres humanos". Embora já tenha a aprovação da Anvisa, a aplicação da ButanVac nos voluntários ainda não teve início por haver necessidade da apresentação de dados específicos. A agência diz que um exemplo "são os dados que tratam da inativação do vírus utilizado na vacina". A previsão do governo de São Paulo era de começar os testes da ButanVac ainda neste mês, prazo que não deve ser cumprido. De qualquer forma, o instituto já abriu o pré-cadastro para selecionar 418 voluntários acima de 18 anos que farão parte da primeira rodada dos ensaios clínicos. A ButanVac começou a ser desenvolvida há um ano. Ela utiliza a mesma tecnologia da vacina da gripe, já fabricada pelo Butantan. O imunizante é feito a partir de um vírus de gripe aviária inativado, chamado Newcastle. Esse vírus funciona como vetor para transportar a proteína Spike, que é por onde o coronavírus se liga às células humanas. Esse fragmento da proteína Spike instrui o corpo a induzir a resposta imune contra a covid-19. A nova vacina usará a proteína da variante do Amazonas (Gama), de acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cepa do coronavírus que deve predominar no país. Assim como a vacina da gripe, a ButanVac é criada dentro de ovos embrionados, não havendo necessidade de insumos importados. O número e intervalo das doses serão definidos após o fim dos testes clínicos.