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Bactérias intestinais são associadas ao aumento de placas de gordura nas artérias do coração

'Nosso estudo mostra pior saúde cardiovascular em portadores de Streptococcus no intestino', afirma um dos autores da pesquisa

Saúde|Do R7

Placas de gordura dificultam a passagem de sangue para órgãos importantes
Placas de gordura dificultam a passagem de sangue para órgãos importantes

Um estudo realizado na Suécia e publicado nesta quarta-feira (12) na revista científica Circulation encontrou uma ligação entre certas bactérias intestinais e placas ateroscleróticas coronárias, que são uma das principais causas de ataques cardíacos.

O trabalho analisou as bactérias intestinais e as imagens cardíacas de quase 9.000 participantes sem doença cardíaca conhecida.

Os pesquisadores descobriram que bactérias orais, particularmente espécies do gênero Streptococcus, estavam associadas a um aumento da ocorrência de placas ateroscleróticas nas pequenas artérias do coração quando presentes na flora intestinal.

"Acabamos de começar a entender como o hospedeiro humano e a comunidade bacteriana nos diferentes compartimentos do corpo se afetam. Nosso estudo mostra pior saúde cardiovascular em portadores de Streptococcus no intestino. Agora precisamos investigar se essas bactérias são atores importantes no desenvolvimento da aterosclerose", disse em comunicado um dos principais autores do estudo, a professora Marju Orho-Melander, da Universidade de Lund.


As descobertas foram baseadas em avanços na tecnologia que permitiram a caracterização profunda de comunidades bacterianas e melhorias nas técnicas de imagem.

A equipe de pesquisa descobriu ainda que algumas das espécies ligadas ao acúmulo de depósitos de gordura nas artérias do coração também estavam presentes na boca. Essas bactérias foram associadas a marcadores de inflamação no sangue.


"O grande número de amostras com dados de alta qualidade de imagens cardíacas e flora intestinal nos permitiu identificar novas associações. Entre nossos achados mais significativos, Streptococcus anginosus e S. oralis subsp. oralis foram os dois mais fortes”, complementou o principal autor do artigo, Sergi Sayols-Baixeras, da Universidade de Uppsala.

Os cientistas pretendem aprofundar as investigações para determinar o papel exato dessas bactérias no desenvolvimento da aterosclerose.


"A aterosclerose se desenvolve lentamente à medida que colesterol, gordura, células sanguíneas e outras substâncias no sangue formam placas. Quando a placa se acumula, ela causa o estreitamento das artérias. Isso reduz o suprimento de sangue rico em oxigênio para os tecidos dos órgãos vitais do corpo", informa o Instituto Nacional de Coração, Pulmões e Sangue dos Estados Unidos.

Além de problemas cardiovasculares, como infarto e derrame, a aterosclerose pode provocar problemas renais e cerebrais.

"A redução do fluxo sanguíneo pode levar a sintomas como angina. Se uma placa estourar, podem se formar coágulos sanguíneos que podem bloquear a artéria completamente ou viajar para outras partes do corpo. Bloqueios, completos ou incompletos, podem causar complicações, incluindo ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, demência vascular, disfunção erétil ou perda de membros. A aterosclerose pode causar morte e incapacidade", salienta o instituto.

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